sexta-feira, 23 de julho de 2010

Arquiteto ajuda a reconstruir Haiti com material reciclado

O Wall Street Journal publicou na edição do dia 21 de julho matéria sobre formas alternativas de reconstruir após a devastação.
O arquiteto Michael Reynolds,da empresa Earthship Biotecture encontrou uma solução para algumas áreas destruídas totalmente pelo terremoto de 12 de janeiro no Haiti.
Michael Reynolds mora em New Mexico,nos Estados Unidos e propõe uma vida "radicalmente sustentável"
É um crítico severo da profissão que exerce porque acha que o design de uma obra convencional desperdiça um imenso volume de material.
Assim que se formou na University of Cincinnati em 1969, Reynolds começou seu trabalho pioneiro.
Sua tese de graduação foi publicada na Architectural Record em 1971 e no ano seguinte assinou sua primeira casa com material reciclado.
No momento,ele desenha e constrói- com ajuda de 40 nativos entre 4 e 50 anos- casas ecológicas em Porto Príncipe, usando pneus,garrafas pet e outros materiais desprezados como lixo no local.
As casas, chamadas de "earthships" são aquecidas com energia solar e eólica e possuem um recipientes para coletar água da chuva e -se for o caso,dependendo do local,-da neve derretida. Esta não é a primeira experiência do arquiteto(foto) com tragédias climáticas. Após o tsunami de 2004 na Indonésia,foi procurado por um colega arquiteto que visitou o website da Earthship Biotecture na internet e pediu ajuda.
Após uma estadia de duas semanas, foi deixado pronto um protótipo de edifício não muito bem compreendido pelos locais, ainda aturdidos com a tragédia e que acabou sendo usado como poço.
Na sequência, a equipe começou a aperfeiçoar novas formas mais simples de construir com material reciclável.
No início deste mês, Reynolds,dois engenheiros e um cinegrafista sobrevoaram a área escolhida para receber as casas ecológicas e logo começaram o trabalho.
Antes, a ONG Grassroots United havia contatado a empresa do arquiteto e destacado um grupo de crianças haitianas para coletar os pneus e garrafas plásticas no lixo das barracas usadas para abrigar a população flagelada..
A área das casas é de cerca de 120 m2 e são projetadas para resistir a terremotos e furacões.
A pequena equipe deve retornar ao local em outubro próximo para fazer acabamento do exterior, acrescentar varandas e banheiros equipados e encontrar um local para construir uma eco-comunidade.
Não vai ser possível concluir o trabalho agora porque Reynolds quebrou o braço durante a obra e os dois engenheiros estão com problemas gastrointestinais por conta da qualidade da água ingerida.
"Não se trata de cidade convencional porque não terá características de cidade,devido à total falta de estrutura em Porto Príncipe. Essas construções terão que se abastecer de sua própria energia, sua água e resolver seus sistemas de esgoto,explica o arquiteto.
"Mas o mais importante é o estímulo ao recomeço e a convicção de que uma nova vida pode ser pensada e concretizada" *********************************************************************************************"

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