Dezenove anos navegante na web
e-sem falsa modéstia- quase pronta para ter carteirinha de capitã de
longo curso nos sete mares da rede ,a partir da expansão do uso da
internet e com a experiência de já ter elaborado textos para os novos
minissites que usam a divulgação eletrônica,aqui vai uma elegia à nova
mídia,baseada em pensadores dos igualmente novos tempos
Ao contrário do que muitos pensam, não vivemos a era da informação, mas a era do “excesso de informação”. Assim, garimpar informações de forma seletiva exige técnica, paciência, determinação e conhecimento dos caminhos da web.
Selecionei alguns textos e citações que ajudam a entender a nova realidade criada pela internet e pela sua vulgarização.
(foto "Laptop Power"por Buffy Davis)
(foto "Laptop Power"por Buffy Davis)
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“ O
relógio mecânico não é a continuação da ampulheta, nem o de quartzo é o
prosseguimento do mecânico. O avião a jato não é o desdobramento do
avião a hélice, assim como o fax não o é do telefone e o celular dos
primeiros telefones portáteis. A continuidade cedeu lugar à
descontinuidade e a pedagogia pós-industrial deve nos ajudar a adequar,
rapidamente, os mecanismos da nossa mente aos contínuos saltos lógicos
que o progresso exige”
Domenico De Masi in “O Ócio Criativo”.
Do alfabeto grego à Internet.
Um dos mais consagrados pensadores
desses novos tempos é o Prof. Manuel Castells. Em seu livro “A Sociedade
em Rede” – 1º volume da trilogia “A Era da Informação: Economia,
Sociedade e Cultura” – Castells compara o momento que hoje vivemos a
outro ocorrido há 2.700 anos : a invenção do alfabeto.
O sociólogo catalão demonstra que
assim como essa tecnologia conceitual constituiu a base para o
desenvolvimento da filosofia ocidental e da ciência como a conhecemos
hoje, “a
integração potencial de textos, imagens e sons no mesmo sistema –
interagindo a partir de pontos múltiplos, no tempo escolhido (real ou
atrasado) em uma rede global, em condições de acesso aberto e de preço
acessível – muda de forma fundamental o caráter da comunicação.”
Como a cultura, diz Castells, é mediada e determinada pela comunicação, as próprias culturas – nossos sistemas de crenças e códigos - são “transformadas de maneira fundamental pelo novo sistema tecnológico e o serão ainda mais com o passar do tempo.”
Castells, catedrático de Sociologia na Universidade de Berkeley arrisca uma profecia: “ O surgimento de um novo sistema eletrônico de comunicação caracterizado pelo seu alcance global, integração de todos os meios de comunicação e interatividade potencial está mudando e mudará para sempre nossa cultura.”
Em meados de 1999, Andrew Zolli - classificado como um visionário cibernético por David Siegel em “Futurize sua Empresa"definiu as expectativas em relação as novas tecnologias que começamos a vivenciar : “Estamos na primeira letra da primeira palavra da primeira frase do livro da interconectividade global”.
Texto-resumo
da "A cultura da virtualidade real: a integração da comunicação
eletrônica e o surgimento de redes interativas” Prof. Manuel Castells.
Culturas
são formadas por processos de comunicação. E todas as formas de
comunicação, como Roland Barthes e Jean Baudrillard nos ensinaram há
muitos anos, são baseadas na produção e consumo de sinais. Assim, não
haveria separação entre “realidade” e representação simbólica. Em todas
as sociedades, o homem tem existido em um ambiente simbólico e atuado
por meio dele. Portanto, o que é historicamente específico ao novo
sistema de comunicação organizado pela integração eletrônica de todos os
modos de comunicação, do tipográfico ao sensorial, não é a indução à
realidade virtual, mas a construção da virtualidade real.
O que caracteriza o novo sistema de
comunicação, baseado na integração em rede digitalizada de múltiplos
modos de comunicação, é sua capacidade de inclusão e abrangência de
todas as expressões culturais.
O sistema transforma radicalmente o
espaço e o tempo, as dimensões fundamentais da vida humana. Localidades
ficam despojadas de seu sentido cultural histórico e geográfico,
ocasionando um espaço de fluxos que substitui o espaço de lugares. O
tempo é apagado já que passado, presente e futuro podem ser programados
para interagir entre si na mesma mensagem.
O espaço de fluxos e o tempo
intemporal são as bases principais de uma nova cultura, que transcende e
inclui a diversidade dos sistemas de representação historicamente
transmitidos: a cultura da virtualidade real, onde o faz de conta vai se
tornando realidade.
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