( 1915 -1978)
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Até a década de 30 do século passado,o rádio era direcionado para os fatos políticos, econômicos e sociais e os cantores monopolizavam a audiência .
Nos raros jornais impressos os torcedores acompanhavam o futebol. Praticamente, inexistia a área esportiva.
A Era do Rádio imortalizou grandes craques e os narradores de seus feitos.
Foi em 1935 que as partidas começaram a ganhar espaço em 3 emissoras gaúchas: A Difusora, a Farroupilha e a Gaúcha.
Em 1938, 0duvaldo Cozzi, o "narrador lírico",era assim chamado por sua forma mais suave e respeitosa de transmitir as partidas e pela criação de frases de impacto e extrema correção.
Um dos maiores locutores que o Brasil já produziu, foi para Porto Alegre dirigir a Rádio Sociedade Gaúcha,vindo da Rádio Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro.
Segundo biógrafos,Cozzi "revolucionou o sistema de transmissões de futebol" e " substituiu o estilo, até então corrente, incapaz de precisar lance por lance, implantando as bases em que, no futuro, se fundamentariam todas as reportagens esportivas".
Assim,os jogadores e dirigentes mudaram sua forma de trabalhar e surgiu a a figura do setorista,o repórter que cobre,geralmente, o mesmo clube.
"Aplica-lhe o rodopio!" , era o bordão de
Oduvaldo Cozzi
Mesmo a Copa do Mundo,o mais atraente momento esportivo para o público brasileiro, só passou a ser transmitida pelo radio de 1938 a 1966.
E o locutor era o intermediário entre o torcedor e o evento.
As pessoas se reuniam em torno do radio,como fazem hoje diante dos telões.
As imagens só chegariam alguns dias depois.
Nas décadas de 40,50 e 60 o nosso "locutor lírico " foi o grande nome do esporte do radio brasileiro.
Para isso, era indispensável a credibilidade no narrador e Cozzi era respeitadíssimo.
Totalmente adaptado às novidades de transmissões com imagem e video-tape,aí estão ,no final do texto,dois momentos de Oduvaldo Cozzi na Copa do Mundo em 1962
Com a chegada dos contratos bilionários, grandes patrocínios e audaciosos lances de marketing,a televisão tirou grande espaço do rádio.
Surgiram inovações como,por exemplo, colocar o nome do jogador na camisa e o(s) do(s) patrocinador (es) na camisa e em volta do campo, os cartões amarelo e vermelho para que o espectador possa entender a punição e as duplas de cabine, geralmente um ex-técnico e um ex-jogador.
O rádio continua com prestígio.Muitos torcedores tiram o som da tv e deixam a imagem, acompanhando a narrativa do locutor.
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Os torcedores com destino ao Maracanã, continuarão a passar pelo viaduto Oduvaldo Cozzi
Ele continua mais presente do que nunca e sua
paixão pelo Fluminense é compartilhada por muitos.Inclusive por mim.
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