quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Marilyn. Monroe- 60 anos depois da morte

 

*1º de junho 1926
    + 5 de agosto 1962   


 '"Enquanto alguns reconheçam Marilyn Monroe pela icônica cena no metrô, onde  ficou em uma grade,tentando evitar que o vestido branco esvoaçasse ao vento,  ela é muito mais do que a comercialização e mercantilização de suas imagens, décadas após a morte. 

Sempre esteve à frente de seu tempo, defendendo a causa da comunidade LGBTQIA+. Embora sua imagem seja a favorita entre a comunidade gay, com muitas drag queens a imitando em concursos, a própria Marilyn foi muito sincera sobre as questões e os direitos que cercam os gays. 

Em uma conversa com a presidente lésbica de seu fã-clube, Jane Lawrence, disse : “Quando duas pessoas se amam, quem se importa com a cor, sexo ou religião? São dois seres humanos. É lindo. Amor é lindo. É simples assim."

Fonte :https://faroutmagazine.co.uk/



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'É uma tragédia. Como se um bebê indesejado se tornasse a mulher mais desejada do mundo e ela tivesse que lidar com isso. Uma espécie de pesadelo,como estar em um carro sem freios que vai mais e mais rápido.'

               Andrew Dominik, diretor da cinebiografia "Blonde" 

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Sessenta anos depois, a morte de Marilyn ainda faz parte da lista das grandes teorias conspiratórias do século XX.

Ela teria sido "suicidada"por saber demais sobre segredos de Estado durante a ligação com os irmãos Kennedy-John e Bob.

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5 de agosto de 1962, 23 h e 30 min


12305, 5th West Helena Drive, Hollywood, Eunice Murray, governanta de Marilyn Monroe telefona, em pânico, para o Dr. Ralph Greenson e pede que ele venha imdediatamente.


Conta ao psiquiatra que pensando que a atriz dormia, tentou entrar mas a porta estava trancada por dentro. 


Deu a volta na casa e olhou pela janela. Marilyn estava deitada de lado e parecia querer segurar o telefone.Imóvel, parecia morta.


Patricia, irmã do Presidente Kennedy e casada com o ator Peter Lawford,também recebeu chamada telefônica. Era a cunhada, mulher de Bob Kennedy - irmão do Presidente e Ministro da Justiça - contando que o Dr. Greenson informara o que havia acontecido em West Helena Drive.


Peter e Bob partiram imediatamente para Brentwood Heights.


O Ministro da Justiça estava apavorado. 

Às 23 h e 45 min, o Dr. Greenson parou diante da casa e tirou a manivela do macaco do carro, que serviu para quebrar o vidro do quarto de Marilyn.


Examinando com o estetoscópio, verificou que o coração ainda batia e começou a respiração boca a boca, enquanto esperava uma ambulância. 


Neste momento a freiada de um carro anuncia a chegada de Peter Lawford e de Bob, também chamados pela governanta.

Dr. Greenson examina os comprimidos que ele mesmo prescrevera e observa que faltam quase todos - cerca de 50 teriam sido ingeridos.


Bob Kennedy pergunta se Marilyn ainda está viva e é informado que o pulso e a respiracão estão tão fracos que a salvação é uma questão de segundos.


Resolve transporta-la para o Hospital de Santa Monica, distante alguns quilômetros. 


Dr Greenson entra no carro de Peter, Bobby dirige e Eunice pede para cancelar o pedido de ambulância.

Estavam a pouco metros do Saint John's Hospital quando o médico tocou as costas do motorista – um sinal de que a diva loura acabava de falecer.


Foi apontada como causa da morte o suicídio por ingestão de barbitúricos. Da última sessão de fotos de Marilyn feita no dia seguinte por um funcionário do necrotério, só foi divulgado o rosto, irreconhecível. 

E é o bastante para chocar e dar pena, muita pena.


Desde então, 110 livros contam esta mesma história, contestada por Dan Wolfe na obra de 600 páginas “The Assassination of Marilyn Monroe” (Albin Michel S.A. ,1998)


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60 anos sem ela


Marilyn Monroe permanece como o maior símbolo sexual do século 20, tornada ícone pela arte de Andy Wahrol, grande nome do cinema em todos os tempos e o mais tocante deles.

A morte trágica - e ainda não completamente esclarecida - aos 36 anos, só fez aumentar o mito. Ainda em vida, geminianamente, era uma mulher dividida em duas: uma pública expirando sensualidade que levava horas para ser “montada” e o mundo conhecia como Marilyn.

A outra, desconhecida, órfã de pais vivos e que vagou por muitos lares adotivos e desejou – sem sucesso - ser reconhecida pelos próprios méritos: Norma Jean.

O temperamento oscilante contrastava com a grande determinação.
Era adorada por homens e mulheres, que não se sentiam ameaçadas pelo símbolo sexual.Todos experimentavam o mesmo sentimento pela figura da falsa loura de corpo escultural: ternura

Cultivada pelos estúdios da 20th Century Fox, MM encarnava o sexo em estado bruto e aceitava numa boa os papéis de loura burra que lhe apresentavam. No entanto, seu talento natural de comediante iluminava a tela.
Norma Jean
Nascida Norma Jean Mortensen, depois Baker, no dia 1º de junho de 1926 em Los Angeles, era filha de pai desconhecido e Gladys Baker Mortensen, que trabalhava como montadora na indústria do cinema.

A internacão da mãe em hospitais psiquiátricos e a passagem por nove casas de família e orfanatos em 4 anos marcaram sua vida.

Em junho de 1942, aos 16 anos, casou-se com James E. Dougherty. Durante a 2ª Guerra Mundial havia grande demanda de fotos femininas para os soldados. 

Enquanto o marido lutava na Europa, Marilyn foi à Agência Blue Book Modeling and Studio e começou a trabalhar imediatamente.

Garota do calendário

As primeiras atuações como modelo e manequim a transformaram em “pin-up girl” com algumas figurações no cinema. O casamento durou 4 anos e, na época do divórcio, já era conhecida como "Marilyn Monroe". 
Marilyn, nome emprestado de uma atriz de musicais da Broadway e o Monroe da avó materna.

É deste momento a famosa foto nua em fundo de veludo vermelho para o calendário da Playboy. A carreira no cinema progredia. 
Logo estava atuando ao lado dos Irmãos Marx e dirigida por John Huston e J.L. Mankiewickz.

Foi com um papel dramático que alcançou o respeito da crítica: “Niagara”, de Henry Hathaway.

O sucesso continuou: MM brilha em “Os homens preferem as louras”, de Howard Hawks e “Como agarrar um milionário”, de Jean Negulesco.


E acontece o casamento - que durou apenas 9 meses - com o ídolo do baseball Joe Di Maggio. 
Em 1955, estrela já  consagrada, Marilyn funda sua produtora, em sociedade com o amigo Milton Greene e anuncia a intenção de deixar a Fox.

Antes de terminar o contrato, filma a celebérrima cena da saia levantada no metrô, diante de uma audiência de 5.000 pessoas.
A estrela brilha
Agora, Marilyn deseja ser, cada vez mais, ser reconhecida como atriz.
Para isso, segue os cursos do Actor's Studio onde Lee Strasberg e sua mulher Paula lhe ensinam o “Método” - teorias de Stanislavski, sobre o papel do ator.

Depois do casamento com o dramaturgo Arthur Miller, vai a Londres - acompanhada da agora onipresente Paula Strasberg - para filmar com Sir Laurence Olivier.

A estrela doente

Depois de 2 anos de ausência, volta a Hollywood para, cheia de charme e beleza, estrelar “O pecado mora ao lado”.
Atrasos, caprichos e faltas de concentração passam a ser coisa comum. Foram necessárias 47 tomadas para a fala "It’s me, sugar” e 59 para "Where's the bourbon”?

Alternando gestações mal sucedidas e abortos (cerca de doze) ela, que adorava crianças, acabou ficando estéril.
Começou a fase do que MM chamava “doencinhas”, causadas por queda de imunidade e pela cada vez maior ingestão de barbitúricos.


Desajustada

Em 1961, Marilyn se prepara para um personagem dramático em "Os desajustados", escrito por Miller e dirigido por Jonh Huston. 
Faz uma jovem mulher instável em processo de divórcio, que se apaixona por 3 homens ao mesmo tempo.


A filmagem aconteceu no limite do suportável, porque o casamento com Miller já se desintegrava. Finalmente, saiu o divórcio em fevereiro de 1961.
Marilyn inicia uma absurda relação a três com o jovem presidente dos Estados Unidos John Kennedy e com seu irmão, o Ministro da Justiça Robert (Bob).

É o período das depressões severas e internações em clínicas. O fantasma da mãe doente mental surge em seus delírios, causados pela ingestão de quantidades industriais de medicamentos psiquiátricos.
O mundo caiu
No dia 21 de maio, desobedece as ordens de se afastar do estúdio e vai ao Madison Square Garden onde, vestida com um modelo costurado ao corpo canta (ou melhor, sussurra) "Happy Birthday, Mister President" para John Kennedy.

O universo de Marilyn desaba neste instante.
Profissionalmente está desacreditada, a saúde péssima, a vida sentimental falida. 
A obsessão que passou a ter por Bob Kennedy, casado e pai de nove filhos, a transforma em pessoa que incomoda o primeiro escalão do governo.
Vida depois da morte
5 de agosto de 1962.
O mundo inteiro recebe, chocado, a notícia da morte da estrela e,com o desenrolar das investigações, percebe que a tese de suicídio- divulgada logo após a morte, não bate.

Ainda hoje, a versão oficial é confrontada com o cenário da tragédia, sendo que os prováveis assassinos vão da Máfia à família Kennedy ajudada pela CIA, pelo legista e pelo psiquiatra.

Ficaram 37 minutos de atuação em “Something's Got To Give”, interrompidos pela morte da estrela principal estão no documentário "Marilyn Monroe: Life After Death",de 1994, dirigido por Gordon Freedman.


Ela,que sempre terá 36 anos em nossos pensamentos, talvez estivesse assim hoje,com todos os progressos da tecnologia cosmética
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 Good bye,Norma Jean -Elton John (1973)

Marilyn canta para John Kennedy Happy Birthday Mr.President.

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