Pioneira das causas feministas.
O pseudônimo ,por ironia, foi inspirado em "Madame Chrysanthème" personagem submissa do romance de Pierre Loti - uma abordagem francesa do Japão.
Traduzido para trinta e seis línguas (inclusive para o português), foi responsável pela difusão da imagem do Japão do final do século XIX, no Ocidente.
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Maria Cecília Moncorvo Bandeira de Mello Rebelo de Vasconcelos (1870-1948) foi uma
cronista de prestígio no Rio de Janeiro utilizou vários de pseudônimos, sendo Chrysanthème o mais
usado.
Casou-se aos 19 anos, teve um filho e enviuvou aos 38, em 1907, quando, inspirada pela mãe, dedicou-se à sua carreira literária.
Escreveu para inúmeros periódicos e
publicou dezesseis títulos; (contos infantis, romances biográficos, históricos , peças de teatro e crítica literária)
Seu trabalho focaliza a má distribuição de renda,a seca, as guerras,os desempregados, a transformação do espaço urbano e a condição
feminina.
O autor e biógrafo Ruy Castro,lançou agora 'As Vozes da Metrópole' em que lista mais de 40 nomes que fizeram parte da Semana de Arte de 1922,inclusive o de Chrysanthème
A seguir, transcrevo parte do texto de Mauro César Silveira,
"Muito prazer, meu nome é Maria Cecília", de 31/7/2020, encontrado no site Jornalismo & História :
"Em 2020, Maria Cecília Bandeira de Melo Vasconcelos é um nome que a literatura brasileira desconhece.
Seu pseudônimo, Chrysanthème, foi condenado ao ostracismo pelo mercado editorial. Fora uma rara e cuidadosa produção especial lançada no ano passado pela Editora Carambaia, de São Paulo, de seu livro Enervadas, de 1922, sua vasta obra tem sido solenemente ignorada. Essa edição impressa, numerada à mão e limitada a 1.000 exemplares, destinada a resgatar a autora do limbo, esgotou rapidamente. Pelo menos o ebook desse trabalho está disponível para compra em alguns sites.
Sua importância é extraordinária: até então, a única cópia da obra conhecida se encontrava no Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro, pois um exemplar remanescente do acervo da Biblioteca Nacional foi extraviado.
O caráter combativo dos textos de Chrysanthème é uma das razões apresentadas por estudiosos de Literatura Brasileira para explicar o descaso das editoras nacionais.
Nem sempre foi assim. Em sua época, o pseudônimo Chrysanthème causava furor. Seus artigos e seus livros eram lidos avidamente pela reduzida elite leitora do país – pelo censo de 1920, o analfabetismo ainda atingia 71,2% da população de pouco mais de 26 milhões de pessoas com mais de cinco anos de idade. Nas páginas dos jornais Diário de Notícias, Correio Paulistano e, principalmente, em O Paiz, onde ocupou a antiga coluna de Machado de Assis, ou em livros como Enervadas ou A infanta Carlota Joaquina, mantinha um público vivamente interessado na sua produção jornalística e literária."
Nem sempre foi assim. Em sua época, o pseudônimo Chrysanthème causava furor. Seus artigos e seus livros eram lidos avidamente pela reduzida elite leitora do país – pelo censo de 1920, o analfabetismo ainda atingia 71,2% da população de pouco mais de 26 milhões de pessoas com mais de cinco anos de idade. Nas páginas dos jornais Diário de Notícias, Correio Paulistano e, principalmente, em O Paiz, onde ocupou a antiga coluna de Machado de Assis, ou em livros como Enervadas ou A infanta Carlota Joaquina, mantinha um público vivamente interessado na sua produção jornalística e literária."
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Bibliografia
- Flores modernas (1921)
- Enervadas (1922)
- Gritos femininos (1922)
- Uma estação em Petrópolis (1923)
- Uma paixão (1923)
- Mãe (1924)
- Memórias de um patife aposentado
- Almas em desordem (1924)
- Vícios modernos (1925)
- Matar! (1927)
- Minha terra e sua gente (1929)
- O que os outros não vêem (1929)
- A mulher dos olhos de gelo (1935)
- Cartas de amor e de vício (1935)
- A infanta Carlota Joaquina (1936)
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