sexta-feira, 22 de março de 2013

A deportação de Olga Benário,página infeliz de nossa História

      Aí  está o post de fevereiro de  2010,o mais acessado do blog (5377 visitas até o dia de hoje)- desde sua "inauguração", em  agosto de 2008 .



Em 1º de fevereiro de 1942,Olga Benário,judia e comunista,mulher de Luiz Carlos Prestes,mãe de Anita Leocádia, nascida num campo de concentração nazista,morreu executada em uma câmara de gás de Bernburg.
Durante 14 meses mãe e filha puderam conviver para que Olga amamentasse Anita.Depois da execução, o bebê foi entregue `a avó paterna,que liderou uma campanha mundial para que a menina viesse para junto do pai. (f/Anita Leocádia ao chegar ao Brasil)
O legado de Olga
Terminada a 2a Guerra Mundial, Olga foi cultuada na República Democrática Alemã como exemplo da mãe vítima do nazismo . É nome de ruas e praças "Olga Benário ", na antiga Berlim Oriental e em mais seis cidades e de noventa e uma escolas e creches.
Olga Benário Prestes ,igualmente, é nome de ruas, praças e escolas em várias cidades brasileiras-inclusive São Paulo,capital.
Há 15 anos aconteceu uma exposição sobre sua vida na Galerie Olga Benário, em Berlim, à Richardstrasse 104
Em 2008, em comemoração do centenário de nascimento Anita Prestes esteve presente e colocou uma placa como as que que homenageiam as vítimas do holocausto, no último endereço de sua mãe, em Berlim.
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Olga Gutmann Benário nasceu em 12 de fevereiro de 1908 em Munique, filha do advogado Leo Benario e da socialite Eugénie Gutmann Benário.
Adolescente em grande conflito com as idéias políticas familiares,juntou-se ao movimento comunista e passou a militar na Liga Escola Lenin, trabalhando como instrutora da Seção Juvenil da Internacional Comunista Juvenil Comunista da Alemanha (KJVD)
Mudou-se para Berlimcom o então namorado Otto Braun,com quem se casou aos 16 anos
Depois dos enfrentamentos de rua com as milícias de extrema direita, Otto foi preso e Olga planejou , com os companheiros, o assalto à prisão de Moabir que libertaria Braun. Logo depois, ambos fogem para a União Soviética, onde Olga, já como quadro importante do Partido, recebia treinamento político-militar.
Separada de Braun em 1931, continua a participação política e usa os codinomes"Frida Leuschner", "Ana Baum de Revidor", "Olga Sinek", "Maria Bergner Vilar" e "Zarkovich".
Veio para o Brasil para fazer a segurança de Luís Carlos Prestes.líder da “Intentona Comunista” que estava exilado.
Com passaportes falsos, Viajaram como marido e mulher e, dessa mentira, nasceu uma relação de verdade: passaram a viver juntos.
“Intentona Comunista “ foi uma tentativa golpe contra o governo Getúlio Vargas, em novembro de 1935 por oficiais e praças do Exército Brasileiro que se reuniram na “Frente das Esquerdas da Aliança Nacional Libertadora (ANL),liderados pelo então Tenente Luis Carlos Prestes.
O objetivo era derrubar o governo e instalar um outro governo que acabaria com as oligarquias e com o imperialismo
Um grupo internacional (22 agentes) acompanhou os rebelados:o argentino Rodolfo Ghioldi, o alemão Arthur Ernst Ewert e sua mulher Elise, Ranieri Gonzales, Inês Túlchniska, Abraham Gurasky e outros militantes ligados ao Comitê Executivo da Internacional Comunista (CEIC), sob a coordenação de Páviel Vladimírovich Stuchiévski e Sófia Semiônova Stúchskaya
A revolução fracassou.Em 1936 Olga , Prestes, e grande parte dos membros do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro, foram descobertos em seus esconderijos, presos ,torturados.Alguns foram mortos alguns mortos, e Olga.grávida, foi presa e deportada para a Alemanha nazista pelo governo de Getúlio Vargas.(f/ Olga presa no Rio)
Com a anistia de 1945,Prestes foi libertado e,de acordo com suas conviccões mesmo imensamente magoado, teve que apoiar Vargas no mandato de presidente eleito, de 1950 a 1954,quando o presidente cometeu suicídio,
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“A primeira biografia de Olga Benário foi escrita por Ruth Werner e publicada na Alemanha Oriental em 1961 pela Verlag Neues Leben, com reedição em 1984. Fernando Morais publicou uma nova biografia sobre ela em 1985, intitulada "Olga" com relançamento em 1994 pela Companhia das Letras. 
Segundo Fernando Morais, até à publicação do seu trabalho quase não havia material a respeito de Olga Benario no Brasil. Estimou-se em 2005 que a Companhia das Letras vendeu mais de 170 mil exemplares do livro, que foi considerado um sucesso editorial. 
  Na Alemanha, o cineasta turco Galip Ivytanir produziu o documentário "Olga Benario - Ein Leben für die Revolution" em 2004. No mesmo ano foi realizado um filme brasileiro de ficção baseado na biografia escrita por Fernando Morais,dirigido por Jayme Monjardim e com Camila Morgado no papel de Olga. 

O ator Caco Ciocler , por sua vez, interpretou o líder brasileiro comunista e ex- líder tenentista Luís Carlos Prestes. A obra recebeu três prêmios no Grande Prêmio Brasileiro de Cinema de 2005, mas teve recepção negativa das imprensas brasileira e alemã.  

Na época do lançamento do filme, Wiliam Waack, jornalista que pesquisou sobre Olga nos arquivos da antiga URSS, criticou a criação do mito em torno dela na mídia, alegando que essa imagem romântica da revolucionária nascera de propaganda do antigo regime comunista da Alemanha Oriental (ou República Democrática Alemã).  

Em 2006, Jorge Antunes compôs a ópera "Olga',com libreto de Gerson Valle, apresentada em14 de outubro de 2006 no Teatro Municipal de São Paulo. A soprano Martha Herr cantou o papel-título e o barítono Luciano Botelho interpretou Prestes “ (Fonte:Wikipedia Portugal) *******************************************************************************
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Um comentário:

Humberto disse...

Thereza,

Muito elucidativa e merecedora de elogios sua matéria sobre Olga Benário (assim como aquela do Pedro Nava).

Sempre acompanho, com muito interesse, seu blog, muito rico e com ênfase na diversidade de assuntos (embora quase nunca ofereça, mea máxima culpa, um adequado feed-back a você).

Parabéns e obrigado por partilhar sua inteligência conosco !

Bj
Humberto

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