domingo, 30 de agosto de 2015

Homenagem a Hans Joachim Koellreutter na Academia Brasileira de Letras

Professor Hans Joachim Koellreutter 

Freiburg, 2 de setembro de 1915 
São Paulo, 13 de setembro de 2005)
  
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Centenário de Nascimento


 Na próxima quinta-feira, dia 03, a Academia Brasileira de Letras com o apoio do Instituto Cultural Brasil Alemanha-Instituto Goethe reunirá muitos músicos para lembrar do Professor Hans Joachim Koellreutter,alemão, naturalizado brasileiro, considerado cidadão do mundo, mas que justamente aqui deixou raízes profundas como centenas de alunos, colaboradores, 3 filhos e netos. 

A homenagem terá início às 11h15 em mesa redonda na Sala José de Alencar com dois de seus ex-alunos de gerações diferentes: Edino Krieger, que integrou o grupo Música Viva, criado por Koellreutter , e Tim Rescala, que estudou com o mestre em final da década de 70/80. 

O encontro será mediado pelo musicólogo e poeta, Acadêmico Marco Lucchesi.

`As 12h30 haverá o concerto no amplo e confortável Teatro Raimundo Magalhães Jr com o grupo, especializado em música contemporânea Abstrai Ensemble, e outros dois ex-alunos de Koellreutter: o pianista Sergio Villafranca, que virá especialmente de SP e o gaitista José Staneck. 

Será uma grande oportunidade para se ouvir algumas das obras emblemáticas do homenageado, que não fazem parte do circuito normal de concertos. 

O ABSTRAI ENSEMBLE  estará formado por alguns dos melhores intérpretes do nosso meio musical como:


Flauta – Pauxy Gentil-Nunes

Sax e direção musical – Pedro Bittencourt

Clarineta – Batista Jr.

Fagote – Arianne Petri

Violão/Guitarra – Fabio Adour

Violino – Mariana Salles

Violoncelo – Marcus Ribeiro

Percussão – Daniel Serale



Participações especiais: José Staneck, gaita e Sérgio Villafranca, piano


Programa



PEÇA - 1945 para piano solo – Sergio Villafranca

Wu LI -1990 – Abstrai Ensemble e Sergio Villafranca

Música 1941 - II Movimento para piano solo – Sergio Villafranca

Acronon - 1978-79 – piano solo - Sergio Villafranca

Dharma – 1993 – Abstrai Ensemble e José Staneck

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Ficha técnica:
Realização: Academia Brasileira de Letras, 
apoio: Instituto Cultural Brasil Alemanha-Instituto Goethe
Endereço: Av. Pres. Wilson, 203 - Centro

ENTRADA FRANCA

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Trecho da biografia do Mestre na Wikipedia


Biografia

"Koellreuter fez um curso de extensão com Paul Hindemith e foi fortemente influenciado pelo  regente Hermann Scherchen que o levou à música moderna.  Ainda jovem, já era conhecido e respeitado na Alemanha como  flautista  de concerto. Começava sua carreira de regente quando  Adolf Hitler ascendeu ao poder. Ao ficar noivo de uma moça judia, desagradou sua família, que simpatizava com o nazismo e o denunciou à Gestapo.  Exilou-se então no Brasil onde foi morar no Rio de Janeiro. 

Conheceu e ficou amigo de  Heitor Villa-Lobis e Mário de Andrade  Em 1938 começou a ensinar música no  Conservatório de Música do Rio de Janeiro. 
Na década de 1940, ajudou a fundar a Orquestra Sinfˆønica Brasileira,   onde foi primeiro flautista. 
Naturalizou-se brasileiro em 1948
. Participou da fundação da Escola Livre de Música de São Paulo   em 1952 e fundou a Escola de Música da Universidade Federal da Bahia  , em Salvador (1954) no âmbito do projeto revolucionário de universidade do reitor Edgard Santos. 
Com o final da Segunda Guerra Mundial , pode voltar à Europa. Ganhou o prêmio Ford em 1962. 
A convite do Instituto Goethe , trabalhou na Alemanha,Itália e Índia,   onde viveu entre 1965 e 1969. 
Neste país fundou a Escola de Música de  Nova Deli.  Esteve ainda em  Sri Lanka,no Japão,Uruguai e Coréia do Sul.
Retornou ao Brasil em 1975. Fixou-se, desta vez em São Paulo. 
Foi diretor do Conservatório Dramático e Musical de Tatuí, em São Paulo e professor visitante do Instituto de Estudos Avançados da USP. 
Em 1981, a cidade do Rio de Janeiro lhe oferece o título de cidadão carioca. 
Nos últimos anos de sua vida morou no centro da cidade de São Paulo, sofrendo do Mal de Alzheimer.  Morreu no dia 13 de setembro de 2005 em consequência de uma pneumonia.  
Seu acervo está preservado na Fundação Koellreutter, da Universidade Federal de São João del Rei , doado por sua esposa, a meio -soprano alemã  alemã Margarita Schack 

Koellreutter e o meio musical brasileiro

Koellreutter fundou em 1939 o grupo Música Viva.
  Teve entre seus alunos de composição Claudio Santoro, Guerra Peixe, Eunice Katunda e Edino Krieger.  

 Em 1948, tem inicio o processo de rompimento de Santoro e mais tarde de Guerra Peixe e Eunice Katunda com o antigo mestre, passando a criticá-lo.
O movimento Música Viva, dirigido por Koellreutter, estende-se de 1939 a 1950 e torna-se uma das referências mais dinâmicas e notáveis da música nova brasileira em sua época. 
Instala uma jovem e original escola de composição brasileira, 3 manifestos (1944, 45 e 46), séries de conferência, de audições públicas, publicação de boletins e uma série de emissão radiofônica, entre outras iniciativas. 
Em 1950 ocorreu a maior polêmica em que Koellreutter esteve envolvido, quando Camargo Guarnieri   publicou a  Carta Aberta aos Músicos e Críticos do Brasil.  criticando-o indiretamente, bem como sua pedagogia musical.
Além das técnicas tradicionais europeias, Koellreutter incorporou outras influências dos locais onde esteve. 

Na Índia, tomou conhecimento da música microtonal, que utilizou em várias de suas composições. Também soube misturar a tecnologia eletrônica, o  serialismo  e a harmonia acústica aprendida com Paul Hindemith às influencias da música brasileira.  , criando um estilo de composição próprio.
No Japão conheceu o  zen-budismo e na Índia o hinduísmo,  que o influenciaram na criação daquilo que dizia ser uma "estética do impreciso e do paradoxal"
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