segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Top 5 do Blog **** Os textos mais clicados de 2010- Minissérie Dalva e Herivelto



A TVGlobo apresentou a minissérie em 5 capítulos de Maria Adelaide Amaral que contou a história de amor e ódio do casal Dalva de Oliveira (vivida por Adriana Esteves) e Herivelto Martins (Fabio Asssunção) -depois ex-casal- que originou muitas das mais lindas peças do nosso cancioneiro popular e deixou como legado o cantor Peri Ribeiro,síntese perfeita daqueles dois talentos.

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A estrela Dalva

Vicentina Paula de Oliveira/Dalva de Oliveira, ( 1917 — 1972),nasceu m Rio Claro, São Paulo, e começou a cantar ainda criança, em cima de um banquinho para alcançar o microfone,acompanhando o pai, que tinha o conjunto "Os Batutas”.
Morto o pai,precisou trabalhar para ajudar a sustentar a família.

Depois de terminar o serviço de faxina do salão de danças em que trabalhava, costumava cantar algumas músicas, tentando tirar melodias ao piano.Ouvida por um maestro que frequentava o local,, foi convidada a cantar num “um cirquinho de tablado " , dizia a cantora, chefiado por Antônio Zovetti.

Percorreu várias cidades de São Paulo, até chegar a Belo Horizonte.
Sua participação acontecia nos intervalos dos espetáculos, quando era anunciada como "'A menina prodígio da voz de ouro:a estrela Dalva", nome agora usado,por sugestão da mãe

O sucesso no Circo Damasco,onde suas interpretações foram notadas ,a levou a fazer um teste na Rádio Mineira. Foi aprovada,mas o circo se dissolveu e a ,agora menina moça ,veio para o Rio.

Foi em São Cristóvão, na zona norte do Rio,trabalhando como cantora num espaço que funcionava na Cancela, ponto conhecido do bairro ,que conheceu Nilo Chagas e Herivelto Martins, que formavam a dupla "Preta e Branco".
Herivelto atuava como palhaço num circo,para ganhar mais alguns trocados
Dalva juntou-se a eles e assim foi formado um trio em1937.
O Trio assinou com a RCA Victor,onde gravou o primeiro disco: “Itaquari” e “Ceci e Peri”, de Príncipe Pretinho com arranjos de Herivelto Martins.
O sucesso foi tal que,Dalva e Herivelto já casados (Dalva grávida) resolveram que o bebê,fosse batizado como Peri ou Ceci, se nascesse uma menina,ao contrário da história que até então era divulgada,sobre Peri ter seu nome escolhido pelos fans de seu pai(a informação está no texto de "Minhas duas estrelas").
O outro filho do casal é Ubiratan Martins,o Billy, homem de televisão.
O sucesso que veio para ficar,os levou à Rádio Mayrink Veiga e, ao se apresentarem no programa de César Ladeira,especialista em slogans, tornaram-se o "Trio de Ouro", nome pelo qual o conjunto foi chamado até o final de 1949,quando foi desfeito na Venezuela,numa desastrada turnê.
Desfeito também o casamento, que era tumultuado por desentendimentos,
Dalva continuou a carreira agora acompanhada do maestro Vicente Paiva “Errei sim”, “Ave Maria”, “Olhos verdes”, “A grande verdade”, “Ave Maria no morro” foram alguns dos inúmeros sucessos da época. A separação se transformou num acontecimento nacional,divulgado diariamente pela midia e registrado para sempre num duelo musical Herivelto compunha, com parceria de David Nasser e Dalva respondia,cantando letras e nuicas de Ataulfo Alves, Nelson Cavaquinho,Mário Rossi, J. Piedade e Marino Pinto.

Trabalhou e morou na Argentina, onde conheceu o produtor Tito Clemete, com quem adotou Dalva Lucia, a Gigi.
Era atração no Chile e em outros países sul-americanos e foi a primeira cantora brasileira a fazer sucesso na Inglaterra.Cantou para a Rainha Elizabeth II, três dias antes da cerimônia da coroação.
Depois do trágico acidente (1965) que a desfigurou e praticamente abreviou o final da carreira,entrou em profunda depresssão.
Em 1970 voltou,lançando o seu último sucesso: Bandeira branca, marcha-rancho de Max Nunes e Laércio Alves. fez apresentações no Teatro Tereza Raquel, em programas de televisão e shows
Faleceu em 1972,vítima de hemorragia no esôfago.
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Herivelto
Dizem os biógrafos que existiram dois Heriveltos:o de antes e o de depois de Dalva.
Herivelto de Oliveira Martins nasceu em Engenheiro Paulo de Frontin,interior do RJ em 30 de janeiro de1912
Com o pai, funcionário da Estrada de Ferro Central do Brasil, Félix Bueno Martins,apendeu a organizar espetáculos teatrais e bandas e já aos 5 anos participava como ator.
Em 1937,já casado com Dalva, Herivelto Martins teve a idéia de fazê-la cantar com a Dupla Preto e Branco,um sucesso que durou até 1949.
Cesar Ladeira, da Rádio Mayrink Veiga e famoso criador de apelidos e slogans,os apresentou como "Trio de Ouro" São desse momento as composições "Acorda Escola de Samba", "Duas Lágrimas", "Se o morro não descer", "Cabaré no Morro", "Na Bahia", "Ceci e Peri",entre outras.

Em 1942,"Praça Onze"ganhou o primeiro prêmio em concurso de músicas carnavalescas. Herivelto foi assistente de Orson Wells, que filmava no Rio o famoso e inacabado "It's All True" .O diretor escolheu Peri como ator mirim para conduzir a narrativa do documentário.
Outras grandes composições, entre as mais de 400(no seu livro,Peri Ribeiro diz que são cerca de 700) foram"Caminhemos" e "Segredo" e "Ave Maria no Morro",sua obra prima.
Com a separação do casal -que caiu como uma bomba no meio artístico, foi desfeito o Trio original em 1950 e outras duas cantoras ainda o mantiveram até 1957.Herivelto passou a se apresentar em alguns festivais e criou a "Escola de Samba de Salão",fez participações em cinema e compôs "Pensando em Ti",mais um grande sucesso
Eleito presidente do Sindicato de Compositores do Rio de Janeiro em 1971, foi impedido de tomar posse, acusado de subversivo pela Ditadura Militar.
Casou-se com a gaúcha Lurdes Torelly e teve três filhos com ela:Fernando,Yaçanã (atriz que trabalha na minissérie) e Herivelto Junior.Antes de casar com Dalva, teve uma ligação da qual nasceram dois filhos.Em 1992,poucos meses após sua morte,os jornalistas Jonas Vieira e Natalício Norberto homenagearam o compositor com sua biografia no livro "Herivelto Martins: uma escola de samba"(Ensaio Editora).
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O filho Pery Ribeiro, um de seus maiores intérpretes, escreveu-com a esposa Ana Duarte- o imperdível livro/catarse ”Minhas duas estrelas”,pela Editora Globo(2007-foto da capa), testemunho desafiador ao revelar "detalhes quase inconfessáveis da vida dos pais",como conta Ruy Castro no prefácio.

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