quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A ameaça que vem do frio

Outubro/2008
Sarah Palin, a "pitbull de batom" Não se iludam com o coquinho fake, os óculos de Clark Kent - alter ego do Super Homem - no feminino, a filha adolescente grávida, o bebê com síndrome de Down e todo o resto do pacote "família não muito feliz, mas não estamos nem aí". Dona Sarah Palin, até então desconhecida governadora do Alaska, surgiu em cena como um coelho tirado da cartola e tem 58% de aprovação entre os 40 milhões de americanos votantes que – siderados - assistiram seu falatório de apresentação em talk show de grande ibope. Virou estrela da noite para o dia? Ledo engano. F. William Engdahl, autor de "Full Spectrum Dominance: Totalitarian Democracy in the New World Order" (Pluto Press, 2008), que deve sair nos próximos dias, acha que a nação americana pode correr o risco de ser induzida a acreditar que a moça, governadora há menos de dois anos, é a candidata dos sonhos, presente de fada madrinha. Nada se comenta sobre o fundamentalismo religioso da qual é propagadora. Na década de 70, quando Bush pai dirigia a CIA, a política interna dos Estados Unidos sofreu grandes mudanças. A crédula população menos informada foi manipulada no sentido de acreditar que o fundamentalismo cristão, rebatizado de "Direita Cristã", seria a salvação do Império Americano. Alguns dogmas de certas correntes fundamentalistas são de dar medo e Sarah Palin vem desse meio. E tudo começou assim Sarah Louise Heath Palin nasceu em 11 de fevereiro de 1964, em Sandpoint, Idaho, e os pais mudaram-se para o Alaska quando ela era uma menininha. Batizada na religião católica, ela se converteu, aos 12 anos, ao protestantismo e, novamente, se rebelou para ser membro da Igreja Bíblica de Wasilla. Foi a representante dessa cidade no Miss Alaska, em 1984, perdendo o título para a afro americana, Marilyne Blackburm. O segundo lugar valeu uma bolsa de estudos na Universidade de Idaho, onde fez o curso de Ciência da Comunicação e Jornalismo Político. Em 1987, trabalhava na TV Anchorage, na capital do Alaska. Voltando a Wasilla, debutou na carreira política como conselheira municipal (1992) e prefeita em 1996, com a grife do Partido Republicano, onde era militante desde 1982. Aí começou, verdadeiramente, a carreira política. Em 2006, elegeu-se Governadora do Alaska com uma plataforma de saneamento das finanças e deu início a ações socials que lhe garantiram 80% de aprovação. Em 29 de agosto de 2008 - escolhida por John McCain para disputar a vice-presidência - tornou-se um fenômeno midiático. Chegou trazendo como estandarte pequenos mandatos e opiniões restritas, mas o carisma que emana da antiga miss ransformou-a numa cidadã com imagem positiva e auto-suficiente, o que lhe valeu um perfil de adversária temível, embora desconhecida - uma "pitbull de batom". "Faça o que digo, não o que faço" É uma conservadora em se tratando de política, religião e moral. Mas levou a cabo a gravidez do último filho, mesmo sabendo que era deficiente e aceitou a gravidez da filha de 17 anos, que será obrigada a casar com o pai da criança. Prega o fim da educação sexual nas escolas, a abstinência sexual antes do casamento e é favorável à pena de morte. Atiradora de primeira, membro da NRA (Associação Nacional do Rifle), defende o porte de arma. Conforme assisti numa reportagem de TV, os alces do Alaska, antiga atração turística, estão bem guardados para que sejam consumidos quando vier o Armagedon (!!) E conforme assisti no debochado documentário “Being W”, o presidente Bush não nega a ligação estreita com a "Direita Cristã". Sara Palin deseja que um gasoduto seja construído e que atravesse o Alaska e que seja iniciada uma prospecção de minérios na reserva natural ártica. Em 29 de agosto de 1988, casou-se com Todd Palin - metade pescador, metade petroleiro, dependendo da época do ano. Os dois têm 5 filhos : Track(1889) - alistado na Marinha, encontra-se no Iraque - Bristol (1990), Willow (1994), Piper (2001) e o bebê Trig, nascido em 2008. Pentecostalismo O pentecostalismo evangélico teve rápida propagação nos Estados Unidos a partir da década de 80. E como de hábito - já que o Presidente depende do respaldo do Congresso e do Senado para aprovação de projetos - a discriminação e o preconceito validados por voto popular foram se infiltrando no legislativo com doçura - mas com igual força. Muitos congressistas são fanáticos religiosos. As seitas da Direita Cristã se valem de ideologia para convencer as tropas a "morrer por Cristo" no Iraque, Irã, Afeganistão ou em qualquer ponto para onde forem despachadas. Os "religiosos" do Partido Republicano divulgam que o islamismo e outras denominações opostas são encarnações do satanismo. E os homossexuais seriam seus arautos. "Onde se encontra Sarah Palin nesse contexto?" Novamente, F. William Engdahl explica que muitos grupos evangéilcos americanos pertencem a uma organização secreta chamada Comitê de Política Nacional (CNP). E que Ted Haggard, antigo assessor de Bush, foi membro da seita "Exército de Joel" até que - envolvido em escândalo de droga e sexo - foi deletado, em 2006. Foi pastor da Igreja de Nova Vida de Colorado Springs - o "Vaticano Evangélico" e chefe da Associação Nacional de Evangélicos. Outro chefão do CNP foi Grover Nyquist, apelidado de “Marechal de campo do Plano Bush de combate ao terrorismo”, vestibular para a guerra contra o Iraque e o Afeganistão. Guardem esses nomes porque, em caso de vitória dos Republicanos, vão querer seu quinhão: General John Singlaub; o multimilionário Nelson Bunker Hunt; o bilionário texano Edwin J. Feulner da Direita Cristã e da Heritage Foundation; o Reverendo Pat Robertson da Christian Broadcasting Network; Jerry Falwell; Tim LaHaye, outra importante liderança da Direita Cristã; senadores Trent Lott e Don Nickles; o ex- Ministro de Justiça Ed Meese; Coronel Oliver North do Iran-Contra e Else Prince, mãe de Erik Prince, fundador de Blackwater, empresa de seguros. Essas figuras supracitadas apóiam a Igreja da Unificação, do Reverendo Sun Myund Moon (que se considera superior a Cristo) e, segundo rumores, incluem em suas listas de simpatia a Igreja da Cientologia e o "Exército de Joel". Sarah Palin é figura de proa de uma corrente radical chamada "Exército de Joel", ou Terceira Onda ou Manifestação dos Filhos de Deus ou Movimento da Chuva Tardia. Tem muitos nomes e trabalha em silêncio. A "Terceira Onda" prega que o final dos tempos está próximo e alguns crentes serão dotados de super poderes e dominarão o mundo. Um Ministério Quíntuplo organizará os profetas, apóstolos e outros ungidos para combater o Mal e recuperar almas para Deus. Os excessos desses movimentos radicais foram declarados "heréticos", em 1949, pelo Conselho Geral das Assembléias de Deus e novamente condenados, em 2000. Vale lembrar que McCain é um homem sabidamente doente e já teve alguns cânceres e, em caso de morte ou invalidez permanente, o vice-presidente assume. Que Deus se apiede dos americanos e todos nós. A atual crise financeira mostra que seremos todos atingidos pelos dejetos jogados no ventilador. Que Sarah Palin tenha o mesmo segundo lugar do Miss Alaska 1984, quando perdeu, proféticamente, para uma negra, com todo o rebolado no desfile, como se vê no You Tube http://www.youtube.com/watch?v=rSdFIDygFwM

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