sexta-feira, 25 de julho de 2025

Eva Perón , a mãe dos "descamisados"

 Pode parecer estranho iniciar um texto sobre os 73 anos de morte de Evita,  26 de julho 1952, pensando e lamentando o momento pesado que nossos hermanos enfrentam ..mas..não.


A figura de Eva Duarte, esposa  de um dos políticos mais importantes  do século XX, ainda divide os argentinos.
Os discursos de improviso dessa mulher sem cultura formal são surpreendentes peças de oratória,direto na veia dos pobres. 
E ninguém  pode negar o que fez pelo feminismo.
 O  direito de voto para mulheres na Argentina se deve a ela.
Um olhar mais delicado sobre a miséria e a escolha de se dedicar aos "descamisados",também.

"Trabalhar `as vezes 16,18 horas por dia "é mais útil do que frequentar festas oficiais", como ela dizia em seus discursos.

E os brilhantes, os colares e anéis e vestidos de grife? "Os   meus descamisados gostam de me ver assim", explicava.
Evita foi um produto mercadológico e devemos seu inesquecível perfil de camafeu a Julio Alcaraz, o cabeleireiro das estrelas da época.
 Eva Perón, teria completado  100 anos de idade em  7 de maio de 2019.
Carismática e elegante, a então primeira dama foi figura fundamental para mudar o curso da política argentina.

O casal Kirchner foi  um braço do movimento peronista.
Cristina Kirchner, a define  como "icone das causas sociais" e os manifestantes de esquerda levam fotos de Evita em seus protesto por justiça social. 

Famosa pelo carisma e elegância, foi essencial para a ascenção do marido. 

O peronismo ,movimento populista,serviu para que Juan Domingo Perón fortalecesse as massas formadas por pobres urbanos  e as classes trabalhadoras, ao atender suas reivindicações dando-lhes participação política.
A elite argentina desaprovou o regime que cultivava as imagens dele e de Evita como se fossem santos canonizados. 
E acusava Perón de demagogo.

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Ela, a mãe - Juana Ibarguren - e seus quatro irmãos formavam a família secreta de Juan Duarte, que morreu quando Evita tinha cerca de seis anos. E era a única não reconhecida pelo pai.

Com 15 anos, foi para Buenos Aires tentar a carreira artística.
Maria Eva Duarte nasceu em Los Toldos, província de Buenos Aires, em 1919. 
Ali, fez participacões em radionovelas e trabalhou no cinema.
Em 1944 conheceu Perón, então vice-presidente da Argentina e viúvo.
Casaram-se e ele foi eleito presidente em 1946.

Evita passou a ser a mãe dos pobres, ou, como ela os chamava, dos descamisados, deu-lhes  atenção total e, de primeira dama e celebridade,tornou-se um ser etéreo. 

Ao trabalhar para lhes oferecer casa, comida e educação por meio de sua "Fundação Para o Bem-Estar Social Eva Peron" deixou de ser mera celebridade para tornar-se venerada. 

A morte prematura de câncer  em 26  julho de 1952, aos 33 anos, causou um grave abalo na causa peronista. 

Em uma efusão de luto nacional, seu funeral, com honras de chefe de Estado, estendeu-se por quatro dias.

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Eu gostaria de sugerir a leitura ,entre tantos existentes, de dois livros editados pela Companhia das Letras:  o primeiro  é"A Paixão e a Exceção" da crítica literária Beatriz Sarlo

 É feito um paralelo entre Evita ,cuja estrela brilhou e se apagou num incrível espaço de apenas sete anos, e Jorge Luís Borges,antiperonista conhecido. 

Beatriz Sarlo observa todos os detalhes de Evita: roupas, jóias,fotos e discursos para definir o "Evitismo"

O segundo,"Santa Evita" de Tomás Eloy Martínez, , conta a macabra trajetória do cadáver embalsamado,sequestrado pelo Serviço de Inteligência do Exército, que vagou durante semanas pelas ruas de Buenos Aires.

 Escondido nos fundos de um cinema,reapareceu, depois de 16 anos, na Europa.
Finalmente de volta à casa, os restos repousam no Cemitério da Recoleta,ponto turístico obrigatório em Buenos Aires. 

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