segunda-feira, 13 de maio de 2024

13 de maio. A abolição da abolição em nossos dias

 


 


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A abolição da Abolição Até o estabelecimento da agroindústria


açucareira,do tabaco e do algodão nas Américas,a


escravidão era uma consequência das guerras: os

vencidos serviam ao vencedor e os seres humanos


que excediam as necessidades eram vendidos. A escravidão, no continente americano, se destacou


de todas as outras formas de servidão por ter sido


organizada de forma empresarial. Trezentos e sessenta e dois anos (1526-1888)


separam o início do

tráfico negreiro no Brasil da abolição definitiva da


escravatura, no

papel e na pena. Vindos de diferentes partes da África, os negros


ajudaram a tornar o Brasil uma potência agrária e


aqui sofreram toda espécie de dominação e


exploração sexual.

Corpos sem alma

Durante a escravidão, os portugueses (e


portuguesas) podiam exercer - sem nenhuma


censura-qualquer espécie de manifestação de


luxúria sobre os corpos dos escravos.

O "direito de propriedade" era extensivo às


emoções e aos sentimentos dos cativos. O processo foi "aperfeiçoado" com o tempo.

Para satisfazer a necessidade de povoar um país tão



grande, nada melhor do que a


promiscuidade nos navios negreiros.


Quando as negras engravidavam, o patrimônio de


seus senhores aumentava porque, segundo as leis da


época, o senhor não pagava pelo feto no ventre da mãe. Máquinas de fazer sexo O caráter lúbrico da escravidão existia na própria


organização

hierárquica: para preservar a honra das moças de


família -futuras

sinhazinhas - os senhores estimulavam a iniciação


sexual de seus filhos com as escravas adolescentes.

As esposas brancas eram usadas apenas para


reprodução,enquanto as escravas serviam para a


satisfação dos verdadeiros desejos.

Os mulatos gerados desta violência no calor


tropical eram aproveitados na lavoura - o trabalho


braçal era considerado algo desprezível pelos

rapazes brancos.

Os homens negros também eram mais atraentes e


robustos que os pálidos sinhozinhos e muitas vezes


serviam como solução para o problema carencial


das sinhás.

"CASA GRANDE E SENZALA"

"Casa Grande e Senzala" de 1933, o clássico de


Gilberto Freyre, é

leitura fundamental para explicar o comportamento


sexual do brasileiro do tempo da Colônia e do


Império.  


"Nenhuma casa grande do tempo da escravidão quis para si a glória de


conservar filhos maricas ou donzelões.

O que a negra da senzala fez foi facilitar a depravação com sua docilidade de escrava:


abrindo as pernas ao primeiro desejo do senhor -

moço.


Desejo? não, ordem".


******** Gilberto Freire (1900-1987), conta que nos


mercados, os compradores examinavam a


mercadoria (normalmente nua), para ver a


dentição,o estado dos pulmões, o tamanho dos


órgãos sexuais e a rigidez dos seios das negras.


As mulheres brancas, para sublimar o abandono

que sofriam dos maridos, costumavam exagerar na


dose quando puniam escravos, de preferência as de


sexo feminino. Algumas iaiás mandavam cortar mamilos das


adolescentes, outras destruíam os dentes perfeitos


da raça negra com o


salto de suas botinas de couro legítimo, algumas


tinham amantes negros.

Continente destruído

A chegada da família real portuguesa fugindo dos


exércitos de Napoleão,em 1808, transformou a


colônia em centro do Império: os portos se abriram


para os navios do mundo, o país cresceu e a


demanda por escravos,aumentou.

Dados estatísticos de 1850 falam de uma

população de seis milhões de escravos vivendo no


Novo Continente.

Historiadores calculam que, dos 12 a 13 milhões de escravos

transportados para as Américas, o Brasil recebeu


cerca de 3 milhões e meio, dos quais entre 5 e 10


por cento morriam no primeiro ano depois da


chegada.  


A repressão ao tráfico negreiro só foi


iniciada no século XIX, quando a escravidão


atingiu seu auge. Esta

irrecuperável perda humana de centenas de


gerações foi responsável pela situação de


fragilidade em que se encontra,até hoje, o


continente africano



Ser escravo no Brasil


Abolido legalmente em 1830, o tráfico só


acabou,para valer,em 1850.  

O Rio de Janeiro era o principal ponto de


distribuição dos escravos

vindos do centro-oeste africano e da África


Oriental.


Enviados às

províncias de Minas Gerais e São Paulo,


trabalhavam em mineração e grandes plantações de


café, que tomavam o espaço da floresta tropical.


Os escravos chegados a Salvador abasteciam a


economia, já decadente, do açúcar no Nordeste.

A escravidão na produção agrícola foi, sem dúvida,


a que sempre

interessou os historiadores, mas a escravidão urbana


era tão ou mais abominável.

Os trabalhos domésticos, a fabricação de

vestimentas e de instrumentos de uso diário


tornavam muito íntimos escravos e seus senhores.  


A prostituição também era liberada e estimulada nas


grandes cidades: muitas escravas sustentavam


assim seus senhores que, geralmente, também eram


seus amantes. 


Algumas "felizardas" passaram do concubinato da

senzala para as pratarias da sala de jantar, como


Xica da Silva, cantada em prosa e verso.  


Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares (1655-


1695), ícone do movimento negro, foi o pioneiro da


resistência e o dia de seu assassinato, 20 de


novembro, foi transformado em Dia Nacional da


Consciência Negra.

Um modelo novo de quilombo surgiu na fase final


da escravidão : um esconderijo seguro de onde era


possível organizar fugas e que permanecia quase em


completo segredo.


O Quilombo do Jabaquara, em São Paulo - um dos


maiores do Brasil - era mantido por doações de


simpatizantes da causa e administrado por Quintino


de Lacerda, líder nato e articulador político.

As camélias do Leblon

José de Seixas Magalhães, industrial do ramo de


malas de viagem


estabelecido na Rua Gonçalves Dias (Centro do


Rio), possuía uma chácar no então distante subúrbio


à bera mar que se transformou no hoje meu


charmoso bairro do Leblon.  


Na chácara de Seixas, existia uma floricultura onde


trabalhavam

escravos fugidos cultivando camélias, o símbolo


oficial do movimento abolicionista.  


Nota para os leitores cariocas: a floricultura


ficava localizada no terreno do Clube Campestre,


imediações da rua Timóteo da Costa - Alto


Leblon. 



Seixas, cabeça aberta e moderna,



contava com a



cumplicidade dos principais líderes


da


Confederação Abolicionista.  

Senzala vertical  

Ainda hoje existem resquícios da servidão do


passado: trabalhadores escravos sustentam donos


de terra que mandam matar agentes do INCRA e


freiras americanas, o turismo sexual


(principalmente nas cidades marítimas) que inclui


no pacote uma mulher, geralmente negra, para


também fazer o serviço doméstico.

Mesmo em tempo de PEC das domésticas,nos


apartamentos e casas dos condomínios de luxo, os


quartos e banheiros de empregada minúsculos nada


mais são que a senzala vertical que tanto


surpreende os estrangeiros que aqui chegam.  


As madames, tocando sininho para chamar


desajeitadas empregadas uniformizadas de avental


e touca-como nas imbecilizantes novelas


televisivas,são a versão atual das sinhás moças do


passado.


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Assista ao vídeo "As camélias do quilombo do


Leblon", de Gil e Caetano


https://www.techenet.com/2015/08/caetano-gil-camelias-do-quilombo-do-leblon/


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