Bob Dylan? Ele é tudo.
Entretanto, a mística que acompanha esse gênio ,em evolução permanente desde a metade dos anos 60, poderia ter sido desfeita. Sua geração perdeu Jimi Hendrix e Jim Morrison, mas "o maior poeta de todos os tempos", segundo Allen Ginsberg, sobreviveu, está firme e lançou livro compilando suas entrevistas: The Essential Interviews, editado por Jonathan Cott, ao comemorar os 65 gloriosos anos em 2006 e o album TEMPEST (2011/2012).
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No ginásio (The Hibbing High School),começou a participar de pequenas bandas, sendo The Golden Chords a mais conhecida. Com esta formação, animou festas e participou de programas de calouros. Aos 18 anos entrou para a Universidade de Minesotta para estudar Artes.
Aluno faltoso, descobriu o folk ao trocar discos de jazz e rythm and blues com os amigos, enquanto matava aulas.
Além dos pseudônimos Elston Gunn, Blind Boy Grunt, Lucky Wilbury, Elmer
Johnson, Sergei Petrov e Jack Frost, foi neste momento da vida que se decidiu pelo mais famoso, referência ao poeta galês Dylan Thomas
(Swansea, 1914 - Nova York , 1953), embora tenha negado o fato em várias entrevistas, talvez como estratégia de marketing.
CANDIDATO AO NOBEL
A variada produção que contém rock, folk music, country, blues, jazz e baladas célticas influenciou artistas como David Bowie, Jeff Buckley, Tom Waits, Elvis Costello e abriu novos horizontes para os contemporâneos Elvis Presley, The Beatles, Neil Young, U2, P.J. Harvey eThe White Stripes.
Ele mesmo sofreu influência da Beat Generation e dos legendários Hank Williams, Woody Guthrie e Robert Johnson. Fez shows e parcerias com Paul
Simon, Joan Baez, Tom Petty, Bruce Springsteen, Jack White, Eric Clapton, The Band e Mark Knopfle
Em plena atividade e correndo o mundo de concerto em concerto, comparado sempre a Arthur Rimbaud, jamais negou também a marca que Bertolt Brecht imprimiu em sua carreira que já passou dos 50 anos.
Antenada aos fatos que mudaram o mundo, a obra escrita de Bob Dylan- que se aproxima da poesia surrealista- vem cada vez mais se aprimorando.
Desde 1997 é regularmente indicado para o Prêmio Nobel de Literatura.
LIBERDADE PARA VOAR
A recusa de ceder aos "cantos de sereia" da indústria fonográfica, que não foi muito bem entendida pelos
fãs, deu-lhe liberdade de mudar de estilo quando bem entendesse.
Esta riqueza intelectual, que se apresentava como uma espécie "variação de
rota", elevou a música pop ao patamar das "artes sérias".
Os equívocos que Dylan cometeu (o "rock cristão" dos anos 80, por exemplo)
parecem ter sido com o objetivo de deixar de ser o centro de uma
verdadeira idolatria e tentar virar uma pessoa normal.Como se isso fosse possível.
Nunca tendo sido propriamente um campeão de vendas, Bob Dylan influenciou gerações de artistas e continua mudando a visão do mundo de milhões de pessoas.
Pinta e lançou o livro de desenhos "Drawn Blank." Uma parte de seu trabalho pictórico está no Kunstsammlugen Musem de Chemnitz, na Alemanha
Para se ter idéia da magnitude deste talento,as 175 obras(aquarelas e guaches) estão no mesmo espaço que abriga Picasso e Edvard Munch,pintor norueguês precursor do expressionismo.
Escreveu "Tarântula" em 1996,publicada em 1971.A edição em língua portuguesa é de 2007
Martin Scorsese filmou a "biografia definitiva" de Bob Dylan em " No direction Home"
Outra obra,"I'm not there"("Seis vezes Bob Dylan" em português),do diretor Todd Haynes, deu a Cate Blanchett, maravilhosa num dos Dylans.o prêmio de melhor atriz no Festival de Veneza de 2007.
O filme rodou todo o circuito dos festivais, sempre bem cotadíssimo e premiadíssimo.
Em fevereiro de 2008, fez sua terceira turnê ao Brasil(Rio e São Paulo), a quarta foi realizada este ano.
Foi tema de uma exposição -entre 21 de novembro de 2008 e 25 de janeiro de 2009,na Proud Galleries,em Londres.
A mostra trazia retratos feitos pelo fotógrafo e cineasta norte-americano Jerry Schatzberg.
Bob Dylan ganhou o Prêmio Grammy pelo conjunto de obra, o Polar Music Prize, um lugar no Rock and Roll Hall of Fame,outro no Nashville Songwriters and Songwriters Hall of Fame e foi indicado pelo TIME Magazine como uma das 100 maiores personalidades do século passado.
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