segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Jacques Costeau: militar, oceanógrafo e explorador francês

Centenário de nascimento do documentarista premiado com um Oscar e inventor do aqualung
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Jacques Yves Cousteau nasceu em Saint-André-de-Cubzac, Gironde, França , no dia 11 de junho de 1910,filho de Daniel e Élisabeth e irmão de Pierre-Antoine. Depois dos estudos preparatórios em Paris, entrou para a Escola Naval e se tornou oficial.
Um acidente automobilístico causou o final da curta carreira na Marinha Francesa e Cousteau voltou seu interesse para o mar.
Em 1936,ainda na ativa, em Toulon e servindo no Condorcet, mergulhou pela primeira vez com os antigos acessórios de segurança existentes, acompanhado do amigo Philippe Tailliez.
Inventou, em parceria com Émile Gagnan, o aqualung, um equipamento de mergulho autônomo que substituiu os antigos e pesados escafandros,
Cousteau pertenceu ao serviço de inteligência da Marinha Francesa e foi enviado entre 1936 e 38 a missões em Shanghai,no Japão e na antiga União Soviética (1939)
Em 1937, casou-se com Simone Melchior, com quem teve os filhos s, Jean-Michel (938) e Philippe (1940–1979) que participaram de suas aventuras submarinas no Calypso.
Do segundo casamento com Francine Triplet nasceram Diane Cousteau (1980) e Pierre-Yves Cousteau ( 1982).
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Senhor dos Mares
Em 1946, Cousteau e Tailliez exibiram seu filme "Épaves"(épave é o objeto devolvido pelo mar) ao Almirante André Lemonnier, que logo os indicou para criar o Groupement de Recherches Sous-marines (GRS) ,o Grupamento francês de Pesquisa Submarina em Toulon.
Esta foi a semente dos demais grupamentos de pesquisas submarinas e, hoje, transformou-se no CEPHISMER. Em 1948, coordenava missões de exploração sub-aquática, caça de minas e testes psicológicos de sobrevivência.
Na mesma época,realizou um documentário no Mediterrâneo, a bordo do Élie Monnier,acompanhado de Philippe Tailliez, Frédéric Dumas e Jean Alinat com roteiro do escritor Marcel Ichac,exibido no Festival de Cinema de Cannes em 1951.
O pequeno grupo de mergulhadores participou da primeira exploração de relíquias do Imperio Romano, nas águas da Tunísia,inaugurando a arqueologia submarina. Ainda a bordo do Élie Monnier,Cousteau participou do resgate do batiscafo do Professor Jacques Piccard, o FNRS-2, numa expedicão a Dakar. Este resgate possibilitou à Marinha da França a construção de uma nova esfera e de um novo aparato,o FNRS-3.
O Calypso Em 1949, Cousteau se reformou da Marinha Francesa,no posto de Capitão de Corveta.
1950 marcou a fundação da French Oceanographic Campaigns (FOC),uma empresa destinada a continuar suas pesquisas submarinas e o aluguel do Calypso,propriedade de Thomas Loel Guinness pagando , simbolicamente,um franco por ano.

Reformado, o navio se transformou num laboratório móvel e estúdio de cinema.Novos sítios arqueológicos foram explorados no Mar Mediterrâneo.
Em 1953, foi lançado seu livro The Silent World (O Mundo silencioso),onde ele explica a habilidade dos golfinhos para orientação e conclui que estes cetáceos possuem uma espécie de sonar,algo como o que é usado nos submarinos. As experiências aconteceram no Estreito de Gibraltar.
Em 1956,o filme de Costeau que levava do mesmo nome -The Silent Worl", em parceria com Louis Malle ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes.
Com Jean Mollard, desenvolveu o "disco mergulhador",o " SP-350, que poderia descer até 350 metros.
Em 1965, o invento foi aperfeiçoado e os veículos construídos chegaram a 500 metros.
En 1957, passou a dirigir o Museu Oceanográfico do Principado de Monaco,filmou Précontinent, sobre mergulhos de longa duração e casas submarinas e passou a fazer parte da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.
O legado
Ficaram cerca de 120 documentários de televisão, 50 livros e uma Fundacão de proteção ao meio ambiente que conta com mais de 300 mil membros.
Apesar de se autointitular "técnico oceanográfico" foi um desbravador,um líder, um ser iluminado que abriu os mares para a exploração de riquezas e conhecimento dos segredos.
Havia uma corrente humana " do contra",que criticava sua excessiva exposição na mídia.E eram tempos pré-globalizados.
Cousteau teve uma vida pessoal enlutada com a morte do filho e companheiro de trabalho em desastre aéreo, compartilhou conceitos novos sobre a vida marinha e inaugurou uma forma diferente de fazer televisão. Morreu no dia 25 de junho de 1997.
A Sociedade científica que fundou exibe o Calypso original e está buscando fundos para construir um sucessor, o Calypso II, com a colaboração da International Watch Company. O novo barco cuidará da conservação da vida marinha e da preservação dos recifes de coral nas águas tropicais.
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