(setembro,2009)
Uma das últimas efemérides deste ano de 2009, muito pouco divulgada e cuja ação serviu para mudar o curso da nossa História, foi o 40º aniversário do sequestro de Charles Burke Elbrick(1908-1983)-foto acima-embaixador dos Estados Unidos no Brasil,durante o golpe militar de 1964.
O episódio histórico foi narrado no livro "O Que É Isso, Companheiro?", de Fernando Gabeira e serviu como roteiro do filme do mesmo nome de Bruno Barreto e que concorreu ao Oscar de filme estrangeiro em 1997 (cena do filme)
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Como foi,quando foi, quem foi
Em 4 de setembro de 1969, o Brasil vivia a hora mais pesada dos chamados "anos de chumbo" e toda a sequência estratégica foi planejada pela organização Dissidência Comunista Universitária da Guanabara, que divulgou uma carta assumindo a responsabilidade pelo sequestro do embaixador e exigindo a libertação de presos políticos.
O sequestro
Franklin Martins, militante estudantil da Dissidência Universitária da Guanabara, hoje Secretário de Comunicação Social do Governo Lula(com status de Ministro), neste segundo mandato, foi o idealizador do sequestro junto com Cid Benjamin.
Inicialmente, Franklin pensava numa ação armada para tirar da cadeia o líder estudantil Vladimir Palmeira, principal articulador político das manifestações anti-ditadura de 1968 na Guanabara.
Por acaso, descobriu-se que o trajeto que Elbrick fazia de sua casa em Botafogo (Rua São Clemente) para a embaixada, no centro da cidade, era rigorosamente o mesmo todos os dias:passava pela tranqüila Rua Marques e chegava à Rua Voluntários da Pátria. e percebeu que seria fácil tomá-lo como refém para exigir a libertação de Vladimir.
Com a idéia de Franklin, a Dissidência Comunista Universitária da Guanabara solicitou ajuda logística e militar à Ação Libertadora Nacional-ALN, que enviou seu líder Toledo e o militante Jonas, que acabaria sendo escolhido para comandar a ação de sequestro.
A ação começou às 14h30, no dia 4 de Setembro de 1969, durou vinte minutos e não fez feridos, salvo uma coronhada na testa do próprio Elbrick, que tentou fugir dos guerrilheiros armados.
O Volkswagen dirigido por Cid "fechou" o Cadillac do embaixador e quatro guerrilheiros saíram armados rendendo Elbrick e seu motorista.
Seguiram no Cadillac e, numa rua próxima, deixaram o motorista no carro com uma carta com exigências (redigida por Franklin) e entraram numa Kombi.
Nesse momento, Elbrick tentou fugir, mas Jonas o impediu com uma coronhada de sua arma. Cid pilotou a Kombi até o casa 1026 da rua Barão de Petrópolis, no Rio Comprido,zona norte do Rio.
Participaram da ação Franklin, Cid, Toledo, Jonas, Cláudio Torres, Vera Sílvia Magalhães, e Fernando Gabeira,(foto) entre outros.
Franklin Martins redigiu a carta-manifesto em que a ALN e a Dissidência Universitária da Guanabara (assinando em nome do MR-8) assumiam a autoria do sequestro e denunciavam os crimes da ditadura.
A carta pedia a libertação de quinze presos políticos em troca de Elbrick e foi lida em cadeia nacional.
O governo militar, na época comandado pela junta dos ministros das três armas General Aurélio Lyra Tavares, Almirante Augusto Rademakere Brigadeiro Souza e Mello, acabou cedendo aos d guerrilheiros.
Os quinze prisioneiros libertos, além de Vladimir Palmeira, foram Gregório Bezerra, veterano militante do PCB, e um dos primeiros presos e torturados políticos do Golpe de 1964, José Ibrahim, líder sindicalista de Osasco que fora preso na grande repressão às greves trabalhistas de 1968, Onofre Pinto, militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), Luís Travassos e José Dirceu(o próprio,segundo da esquerda para direita em pé e algemado)militantes do movimento estudantil de São Paulo, entre outros.
O depois
Elbrick foi solto e retomou suas atividades diplomáticas, mas logo retornou aos Estados Unidos, onde continuou a trabalhar no Departamento de Estado até sua morte, quase quinze anos depois, por derrame cerebral.
Jonas(codinome de Virgílio Gomes da Silva), líder da ação, foi capturado pela Operação Bandeirantes. Toledo foi executado por agentes do DOPS. Alguns dos demais integrantes da ação estiveram entre os quarenta presos políticos trocados pelo embaixador alemão Ehrenfried Von Holleben, em 1970.
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4 comentários:
Lutavam para impor uma ditadura comunista no Brasil, que mérito o desses terroristas, hein?
Se eles ganhassem, o povo sairia de um governo de direita e cairia numa ditadura de esquerda, sem direito à propriedades!
Pena que eles não contam isso hoje para o povo, os covardes!
garnde anonimo ... fácil demais falar no sevulo xxi..
ALN,AÇAO LIBERTADORA NACIONAL,FEZ O SEU PIOR ATENTADO TERRORISTAS,NO BRASIL,NO DIA 2 DE SETEMBRO DE 1971,A CASA DE SAUDE DR EIRAS,NO RIO,SOFREU UM ASSALTO TERRORISTAS E MATARAM FRIAMENTE MEU PAI CARDENIO JAYME DOLCE,UM DELEGADO APOSENTADO,E OS SEUS AUXILIARES,OS SEGURANÇAS DEMERVAL FERREIRA DOS SANTOS E SILVINO AMANCIO DOS SANTOS,E BALERAM UM MEDICO E UM ENFEREMEIRO,NESSES ATENTADO,FRIO,COVARDE,HEDIONDO,DEIXARAM 3 VIUVAS E 21 ORFAO E NETOS DESAMPARADOS.
ALN,AÇAO LIBERTADORA NACIONAL,FEZ O SEU PIOR ATENTADO TERRORISTAS,NO BRASIL,NO DIA 2 DE SETEMBRO DE 1971,A CASA DE SAUDE DR EIRAS,NO RIO,SOFREU UM ASSALTO TERRORISTAS E MATARAM FRIAMENTE MEU PAI CARDENIO JAYME DOLCE,UM DELEGADO APOSENTADO,E OS SEUS AUXILIARES,OS SEGURANÇAS DEMERVAL FERREIRA DOS SANTOS E SILVINO AMANCIO DOS SANTOS,E BALERAM UM MEDICO E UM ENFEREMEIRO,NESSES ATENTADO,FRIO,COVARDE,HEDIONDO,DEIXARAM 3 VIUVAS E 21 ORFAO E NETOS DESAMPARADOS.
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