O movimento popular que originou a Revolução Francesa
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Construída em 1370 para ser prisão, a Bastilha ocupou este papel durante o reinado de Carlos VI.
No século 17 - durante a regência do Cardeal Richilieu - foi o local de detenção para presos mais sofisticados : adversários políticos, nobres, letrados ou simplesmente quem a Igreja julgasse adversário.
No Brasil de nossos dias, seria uma espécie de prisão especial para portadores de diploma universitário.
Sua tomada de assalto pelos parisienses, fez a Revolução Francesa partir numa direção irreversível. A importância da Queda da Bastilha está no fato de trazer para a revolução - já em curso - a presença das grandes massas, deixando de ser um movimento restrito ao Congresso.
Enquanto os deputados elaboravam novas leis para eliminar o antigo regime, o povo tomou a iniciativa de agir com as próprias mãos.
As finanças do Reino estavam um caos devido aos gastos excessivos com a nobreza, aos privilégios concedido ao Alto Clero e às enormes despesas com o envolvimento do país na Guerra de Independência dos Estados Unidos.
Uma paralela crise agrária, causada por meses de clima seco , trouxe miséria aos camponeses e causou graves problemas no abastecimento das cidades e grande retração no comércio interno
O Rei Luís XVI, informado da gravidade da situação, foi forçado a convocar a Assembléia dos Estados Gerais, reunindo em Versalhes representantes da nobreza, do clero e do povo (leia-se da burguesia), com a intenção de aprovar novas leis que preservariam os privilégios da nobreza.
Os deputados logo perceberam que a situação pedia mais do que uma simples reforma nos impostos e no dia 9 de julho, a Assembléia se autoproclamou “Assembléia Nacional Constituinte”, iniciativa que desagradou ao rei e a seus aliados.
Mesmo fazendo concessões, Luis XVI pensou na possibilidade de um golpe de estado. Desde 24 de junho, regimentos suíços e alemães estavam acampados em segredo, nas proximidades de Versalhes.
No dia 12 de julho, pressionado pela Corte, o Rei demite o Ministro das Finanças (o banqueiro Jacques Necker) que, apesar de ter colaborado para aumentar o deficit nacional, tinha muito bom conceito junto ao povo mais humilde.
Foi substituído pelo Barão de Breteuil.
Em Paris, um modesto contingente formado por artesãos e comerciantes começa a se mobilizar. Nos jardins do Palais-Royal, residência do primo do Rei, Camille Desmoulins, o mais famoso orador da época, instiga o povo que se aglomera, recordando a Noite de São Bartolomeu (24/8/1575) quando os protestantes foram massacrados pela nobreza católica:
“
Cidadãos, vocês sabem que a nação pediu que Necker ficasse e o tiraram. Depois deste golpe, eles vão ousar tudo e podem até pensar em transformar esta noite numa São Bartolomeu dos Patriotas. “Às armas ! Às armas, cidadãos!”
Cidadãos, vocês sabem que a nação pediu que Necker ficasse e o tiraram. Depois deste golpe, eles vão ousar tudo e podem até pensar em transformar esta noite numa São Bartolomeu dos Patriotas. “Às armas ! Às armas, cidadãos!”
Os guardas suíços e os Dragões do Exército Alemão encurralam a multidão no local onde hoje se encontra a Place de la Concorde. O povo começa a forçar as portas de alguns imóveis do local e Sr. de Flesseles, representante dos comerciantes, tenta acalmar os ânimos.
Esta ousadia lhe é fatal : acusado de esconder armas e de estocar grãos, é enforcado num poste de iluminação. No dia 13, as tropas aliadas tentam prender os deputados. Assume a antiga administração real um comitê permanente – a ”Municipalidade Insurrecta”, formado pelos eleitores que votaram para os Estados Gerais.
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Na manhã de 14 de julho, os manifestantes se encontram no “ Hôtel des Invalides”. As portas são abertas e a multidão recolhe os 28 mil fuzis e 20 bombas ali existentes.
Gritos de “À Bastilha” levam o povo até a fortaleza medieval onde os 114 guardas que a defendem recebem reforços militares. Dois destacamentos franceses aderem aos rebelados e às quatro da tarde, depois de uma carnificina que se seguiu a uma verdadeira batalha campal, as pontes levadiças da Bastilha são baixadas.
A tomada do símbolo secular do Absolutismo muda a história da Humanidade.
Em Versalhes, o já ex-Luís XVI, parece que meio sem noção ou ignorando a realidade- o que dá no mesmo-escreve em seu diário abaixo da data 14 de Julho de 1789 : ”Rien” (nada)
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A Bastilha hoje (fonte- Wikipedia)
"A Place de la Bastille é o ponto de partida, passagem e chegada de muitos eventos sociais, políticos ou sindicais.
O simbolismo também é repetido no mesmo lugar durante a celebração das vitórias socialistas em eleições importantes.
Este foi o caso, por exemplo, 10 de maio de 1981, após a eleição de François Mitterrand como presidente da República e 6 de maio de 2012, após a eleição de François Hollande."
Gritos de “À Bastilha” levam o povo até a fortaleza medieval onde os 114 guardas que a defendem recebem reforços militares. Dois destacamentos franceses aderem aos rebelados e às quatro da tarde, depois de uma carnificina que se seguiu a uma verdadeira batalha campal, as pontes levadiças da Bastilha são baixadas.
A tomada do símbolo secular do Absolutismo muda a história da Humanidade.
Em Versalhes, o já ex-Luís XVI, parece que meio sem noção ou ignorando a realidade- o que dá no mesmo-escreve em seu diário abaixo da data 14 de Julho de 1789 : ”Rien” (nada)
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A Bastilha hoje (fonte- Wikipedia)
"A Place de la Bastille é o ponto de partida, passagem e chegada de muitos eventos sociais, políticos ou sindicais.
O simbolismo também é repetido no mesmo lugar durante a celebração das vitórias socialistas em eleições importantes.
Este foi o caso, por exemplo, 10 de maio de 1981, após a eleição de François Mitterrand como presidente da República e 6 de maio de 2012, após a eleição de François Hollande."
# 14 julho 1789 # revolução francesa # queda da Bastilha # Versalhes
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