quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Sindrome do pânico. Eu e ela



O termo pânico é uma referência ao deus Pan da mitologia grega  que- supostamente- inspirava medo nos inimigos dos súditos com os sons  de sua flauta.
 
Pânico ou síndrome de pânico ou transtorno do pânico é um terror repentino que te domina  e te deixa sem ação, te dando a impressão de morte iminente. 
Vem acompanhado de outros sintomas muito cruéis.


Passada a crise, que dura entre 15 e 30 minutos, a gente se depara com a realidade :não há como controlar ou prever,apesar dos conselhos inúteis de quem possa estar em volta.
E que Deus te livre de gente sem paciência e caridade que zomba de tua aflição,te deixando mais desesperado/a ainda.Frescura? Que nada, antes fosse.

Se te atacar num momento de solidão,meus sentidos pêsames,mas passa,podes acreditar,passa.
De preferência com remedinho bandeiroso tarjinha pretinha,receitado pelo psiquiatra e que deve estar sempre à mão, mas usado com comedimento e  parcimônia- porque vicia.

Só quem passou ou passa pelo martírio entende o que teclo aqui. 
Fiz/Faço parte deste nem tão exclusivo clube, embora a situação esteja controlada há bastante tempo.

Mas a coisa é malvada. Pode voltar a qualquer momento,trazida pelo famoso e temido gatilho.

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Se o gatilho do Principe Harry , vivendo em gaiola dourada , como conta em seu livro '' SPARE", era a hora de colocar a gravata e partir para as cerimônias, oficiais, por que não eu, pobre plebéia?

Passando mais para o popular-bota popular nisso, recentemente, o Wesley Safadão - cantor,produtor musical e apresentador brasileiro- cancelou um show minutos antes de entrar em cena porque o gatilho lá dele deve ter dado sinal.

Meu caso veio da forma clássica :dois anos depois da morte de minha mãe muito ligada a uma situação automobilística.
Do nada...num supermercado aqui do Leblon,pensei que havia chegado minha hora, com todos os sintomas da ilustração acima,menos os intestinais.

Do nada ? Que nada! Aos 5 anos,mais ou menos, eu e ela fomos as únicas sobreviventes de terrível acidente de trânsito,na esquina de Miguel Lemos com Barata Ribeiro, Copacabana.

Décadas depois, outro complicadíssimo acidente em Missisauga, arredores deToronto, Canadá, destruiu o sonho de uma aventura tipo  Telma e Louise, longamente acalentada!

Meu gatilho chama-se CARRO,AUTOMÓVEL,VIATURA,VEÍCULO -no caso, em sendo eu a motorista.
Freud super explica e anos de terapia também explicaram.

Fiz coisas incríveis para driblar esta complicação,mas perdi feio.
Tenho CNH em dia, para caso de emergência e,também, porque é ótima prova de identidade-mesmo temporária.
Dirigir,como pioneiramente , aos 18 anos, a mocinha pilotando o auto lilás que "parava o trânsito" ? Penso que nunca mais.
Embora nunca devamos dizer nunca.

Sabemos que esse tal TP diminui nossa qualidade de vida a tal ponto que um pobre doente acometido , em certos casos, pode até receber beneficio por incapacidade do INSS (não é meu caso nem o teu, com certeza ).
Eia, sus, avante ! Muita terapia !
Vamos em frente que atrás vem gente !

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