sexta-feira, 10 de março de 2023

O caso do colar (de Maria Antonieta) e caso brasileiro das jóias da Dona Michelle

Réplica do colar da Rainha em zircônia

                      "A esponja do tempo nem tudo apaga"

Tudo começou em 1772, quando Luís XV encomendou um colar a dois famosos joalheiros parisienses para Madame du Barry, uma de suas favoritas. Ele morre antes do colar ser terminado.  O colar completo conteria 647 diamantes, 2.800 quilates, dignos de qualquer amante real.

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Em 1774,  Maria Antonieta manda demitir    Louis René Édouard de Rohan ,conhecido como Cardeal de Rohan  .-que detestava- de suas funções como embaixador na Áustria, após inúmeros escândalos que o religioso protagonizou. 

 Estamos,agora, em algum momento, entre 1784 e 1785, Versalhes,França, corte do Rei Luís XVI.
 
Maria Antonieta
A reputação da rainha Maria Antonieta,  que já estava em baixa com fofocas pululando por toda parte, foi ainda  mais manchada pela sórdida falsa acusação de que ela estava envolvida num crime lesando os joalheiros da Coroa , Böhmer e Bassenge, ao adquirir um colar de diamantes caríssimo que,afinal, se recusou a pagar. 
 
Eles vinham oferecendo, insistentemente, esta sua jóia a Maria Antonieta pela colossal soma de 1.600.000 libras (aproximadamente 27.513.000  
 euros). 
Cardeal de Rohan
Pelo câmbio de hoje, cerca de 132 milhões de reais.

Rohan desejava reconquistar suas funções e a confiança da Rainha.
Em seu séquito, Jeanne de Valois-Saint-Rémy, autoproclamada "Condessa de la Motte",   notória aventureira,  casada com Nicholas de la Motte, cuja família reivindicava  nobreza 
duvidosa. 
Ela própria era uma descendente empobrecida da família real Valois por meio de um filho ilegítimo do rei Henrique II.
Jeanne de Valois-Saint-Rémy
Esta  vigarista, afirma ser amiga da soberana e promete ao Cardeal sua volta ao primeiro escalão da corte.  

Alessandro, Conde de Cagliostro, figura controvertida, também é um personagem nessa baixaria

Circulou entre a nobreza europeia, porém foi preso pela suspeita de ter participado do golpe do colar. 


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  O golpe

Em 11 de agosto de 1784, La Motte  produz um encntro secreto noturno nos jardins  de Versailles.  Uma sósia foi encontrada,a 
Nicole d'Oliva

prostituta, Nicole d'Oliva.    
A suposta Maria Antonieta,aos sussuros, conforta Rohan,assegurando que as mágoas passadas estão esquecidas. O cardeal julgou ser a rainha e lhe emprestou 150 mil libras.

Madame de La Motte acertou a compra com  o Cardeal- que concordou em atuar como representante do Rei- em troca de pagamento em  quatro parcelas ao longo de dois anos. 

0s joalheiros,encantados por finalmente encontrar um comprador,entregam o colar a Rohan em 1º de fevereiro de 1785, que  entrega à vigarista Madame de La Motte, que desaparece com seus cúmplices.
O colar foi desmembrado e suas partes vendidas em Londres,

 O processo

A instrução do processo foi longa e escandalosa.
 Os inimigos da rainha na corte aproveitaram para humilhá-la.
O cardeal de Rohan,riquíssimo  acabou sendo libertado (bem como Nicole d'Oliva)
O rei Luís XVI o enviou rapidamente para o exílio,
A Condessa de la Motte foi declarada culpada e condenada a ser chicoteda e marcada a ferro em brasa com um "V" de "Voleur" ("Ladrão"). 
Foi condenada à prisa perpétua , de onde fugiu logo a seguir. 
O seu marido, Antoine-Nicolas de la Motte, cúmplice na venda dos diamantes em Londres, foi condenado às galés à revelia, já que também havia fugido antes.

Alessandro, Conde de Cagliostro,figura controvertida que circulava entre a nobreza europeia, foi preso pela suspeita de ter participado do golpe .     

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Embora Maria Antonieta fosse inocente, o escândalo confirmou sua  frouxidão moral, a vaidade excessiva e futilidade,enquanto seu  povo passava fome. 
A prisão do cardeal e a pressão exercida sobre os  juízes expuseram a fraqueza do rei a natureza autocrática de seu governo.
 O escândalo não foi a causa, mas um dos muitos fatores que levaram à queda da monarquia e, portanto, à Revolução Francesa.

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Duzentos e trinta e oito anos depois: 

O estranho caso nativo das jóias 



 
 

"O caso das joias de diamante avaliadas em R$ 16,5 milhões que seriam presente do governo da Arábia Saudita para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro deve ganhar novos capítulos a partir desta segunda-feira, com o encaminhamento dos fatos para a Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público Federal (MPF).

A PF deve ser acionada hoje pelo ministro da Justiça e Segurança e Segurança Pública, Flávio Dino. Na noite de sexta-feira, ele afirmou que os "fatos relativos a joias" serão levados à Polícia Federal por meio de um ofício."

Fonte : Jornal EXTRA

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Um comentário:

Luzia Amaral disse...

Os "espertos" pululavam na corte francesa tanto quanto na tupiniquim. E mesmo sendo a estrategista que por décadas manipulou o grande Napoleão, Maria Antonieta não escapou da guilhotina. Dá pra lamentar que aqui não tenhamos uma?!🤭

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