Morre no Rio um dos maiores pianistas de todos os tempos
Nelson Freire está morto.
Foi considerado um dos melhores pianistas do mundo, tocado em dezenas de países, muitas vezes ao lado da pianista argentina Martha Argerich.
Nascido em 1944 em Minas Gerais, Freire se apresentou pela primeira vez aos cinco anos.
Depois de conquistar o sétimo lugar no concurso de piano carioca, aos 12 anos, recebeu uma bolsa para estudar em Viena.
Aos 24 anos, estreou tocando com a Orquestra Filarmônica de Nova York.
A revista Time o chamou de “um dos maiores pianistas desta ou outra geração”. Ganhou prêmios e prêmios, tocou com orquestras como a Filarmônica de Berlim, Viena e São Petersburgo e a Orquestra Sinfônica de Londres.
Foi um dos grandes intérpretes de Ludwig van Beethoven e Frédéric Chopin.
Os críticos elogiaram a extraordinária técnica, sonoridade e sensibilidade de Freire.
Durante décadas, se recusou a fazer gravações porque, em sua opinião, a música deveria ser tocada ao vivo para uma platéia.
Na década de 2000, porém, começou a gravar músicas novamente - como obras de Claude Debussy.
Por seu álbum de composições de Brahms, com o Gewandhausorchester em Leipzig, Freire recebeu o Gramofone 2007 na categoria CD do Ano, e o Grammy Latino 2012 por "Brasileiro" com obras de Heitor Villa-Lobos, entre outros prêmios.
Pessoalmente, o pianista foi descrito como tímido e discreto.
“Se eu tiver que falar, é um problema”, brincou. Freire se expressava pela música, o piano era seu amigo - ou não era. Uma das cenas mais famosas do documentário "Nelson Freire" do cineasta brasileiro João Moreira Salles é aquela em que Freire na Sala São Paulo chega à conclusão de que o piano de lá não gosta dele.
"A música era tudo para ele"
Em 2019, Freire caiu no calçadão da orla carioca. Quebrou o braço e foi operado. Desde então, não deu nenhum show nem gravou.
Segundo os companheiros, o acidente teve impacto significativo na sua saúde mental . “Nelson caiu em depressão profunda”, disse o pianista brasileiro João Carlos Martins, ao
o jornal “O Globo”. "Acho que essa depressão foi mais forte do que podia suportar, porque a música era tudo para ele."
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O grande Mestre tinha 77 anos. Deixa viúvo, o médico Miguel Rosário.
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Documentário "Nelson Freire",direção de João Moreira Salles
https://globoplay.globo.com/v/9176402/programa/?s=04m44s
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