Exposição comemora centenário de nascimento da escultora e ativista
Louise Bourgeois tem antiga história de militância pelos direitos humanos. Em 1993, criou trabalhos para ilustrar a luta da ACT UP, organização dedicada às pessoas portadoras de Aids. Em 2010, ultimo ano de sua vida, a artista franco-americana criou a imagem “I do “ - duas flores nascendo no mesmo caule - para a ONG Freedom to Marry (Liberdade para casar), direcionada ao universo LGBT.
O retorno do desejo proibido
Desde 16 de setembro e até 13 de novembro de 2011, está nos jardins do Aterro do Flamengo – ao lado do MAM - uma réplica itinerante da escultura Maman, que tem mais de 9 metros de altura, pesa 10 toneladas e faz parte da exposição
O retorno do desejo proibido, vinda de itinerância em Buenos Aires e São Paulo (Fundação Tomie Otaki). Com curadoria de Philip Larratt-Smith é a primeira panorâmica no Brasil da artista falecida no ano passado, aos 98 anos, em Nova York.
Ali estão objetos, desenhos, pinturas, esculturas e instalações concebidas de 1942 a 2009. Na montagem de “Maman”, trabalhou uma equipe com diversos profissionais, inclusive um topógrafo, para avaliar o melhor o terreno entre o MAM e o Monumento dos Pracinhas. Durante dez dias de trabalho, oito sapatas de concreto armado com 40cm de profundidade, foram enterradas no jardim do Aterro do Flamengo
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A sublimação pela arte
Nascida na França (24/12/1911) e tendo vivido nos Estados Unidos desde 1938, Louise Bourgeois foi uma das mais importantes artistas da segunda metade do século 20.
Nos anos 40, radicada nos Estados Unidos, participou de diversas correntes que atravessaram a arte contemporânea, como o Surrealismo, Expressionismo e Minimalismo. Já famosa pelas esculturas em metal, entrou nos anos 60 criando grandes instalações para tratar da sexualidade, aranhas simbolizando a maternidade, a forma do pênis, sempre presente, o erotismo pulsante. LB seguiu até o fim da vida trabalhando a imagem, a pintura, a gravura e o desenho.
O desenho, prática constante e companheiro de jornada, está presente nos manuscritos de seus cadernos de anotações entre 1923 e 1997, complementados por entrevistas no livro, “Louise Bourgeois - Destruição do Pai e Reconstrução do Pai", editado pela COSACNAIF (2004) .
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