segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

25 anos da Tragédia de Bhopal


(Dezembro,2009)
A Anistia Internacional pede que seus membros não esqueçam o desastre ecológico que ocorreu em Bhopal,na Índia, em 1984,afetando mais de 500 mil pessoas,das quais 27 mil morreram e outras 50 mil ficaram incapacitadas.
As crianças nascidas após a emanação dos gases também apresentam problemas de saúde.
A Anistia sugere que sejam publicadas informações sobre a tragédia, para que ela não fique esquecida
O texto a seguir é transcrição da Wikipedia Portugal e peço aos leitores que reflitam sobre a barbaridade que permanece impune.
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"Há vinte e cinco anos (3 de dezembro de 1984), 40 toneladas de gases tóxicos vazaram da fábrica de pesticidas da empresa norte-americana Union Carbide em Bhopal/.
É o pior crime corporativo jamais ocorrido e atingiu mais de 500 mil pessoas,na maioria trabalhadores, e cerca de 27 mil morreram por conta das emanações.
A Union Carbide se recusou a informar a natureza do material e os medicos não puderam tratar os doentes expostos `a contaminação. Mais de 50 mil sobreviventes estão incapacitados para o trabalho, devido a problemas de saúde.
As agências de saúde indianas não conseguiram obtrer da Dow Chemicals (Dow Química) nova proprietária da Union Carbide as informacões mecessárias.
As crianças que nascem na região filhas de pessoas afetadas pelos gases também apresentam problemas de saúde. a fábrica da Union Carbide em Bhopal permanece abandonada desde a explosão tóxica enquanto que resíduos perigosos e materiais contaminados ainda estão espalhados pela área, contaminando solo e águas subterrâneas, dentro e no entorno da antiga fábrica.
Os sistemas de segurança da fábrica eram insuficientes, devido ao corte de despesas com segurança imposto pela matriz da empresa, nos EUA .
Dow Chemical Company, começou por acusar um suposto movimento terrorista indiano. Mais tarde, quando a história se tornou insustentável, acusou um empregado de sabotagem. O processo arrastou-se por longos anos até que um tribunal dos EUA decretasse que a sabotagem tinha sido o fator que levou ao desastre. Dow Chemicals nunca aceitou que o julgamento fosse feito no local onde efetivamente deveria ter sido realizado, na Índia. O responsável pela fábrica continua fugido nos EUA e os pedidos de extradição para a Índia foram sistematicamente recusados.
Em 2001, a Dow Química comprou a Union Carbide. Por esta aquisição, a Dow passou a ser responsável não apenas pelos ativos da empresa, como também por seus passivos ambientais e pelos crimes cometidos em Bhopal. No entanto, a Dow continua negando sua responsabilidade pelo crime cometido.
A empresa tentou se livrar da responsabilidade pelas mortes provocadas pelo desastre, pagando ao governo da Índia uma indenização irrisória em face a gravidade da contaminação. A Union foi intimada a compensar aqueles que, com o desastre, perderam sua capacidade de trabalhar. A companhia se recusou a pagar US$ 220 milhões exigidos pelas organizações de sobreviventes. Em fevereiro de 1989, depois de cinco anos de disputa legal, o Governo Indiano e a empresa chegaram a um acordo de US$ 470 milhões. Supostamente, esta quantia deveria pôr fim a toda responsabilidade da indústria perante à sociedade. A indenização médica, de US$ 370 a US$ 533 por pessoa, seria suficiente apenas para cobrir despesas médicas por cinco anos. Muitas das vítimas, incluindo-se crianças sofrerão os efeitos pelo resto da vida. A indenização acordada não cobriu despesa médicas ou prejuízos relacionados à exposição contínua à área contaminada. O maior acidente industrial do mundo custou à Union Carbide apenas US$ 0,48 por ação.
Os moradores encontram-se revoltados e indignados com a situação em que vivem. Rachna Dhingra é um morador que sente na pela a tortura causada pela toxidade do local e, segundo ele, o governo não é nem um pouco sensível à essa situação: olha para os sobreviventes com um olhar de desgosto.Boatos dizem que as vítimas não receberam todo o dinheiro da compensação paga pela Union Carbide ao governo.
Vinte e cinco anos depois as ações tomadas foram apenas retóricas ou cosméticas. As pessoas continuam, na prática, sem qualquer tipo de compensação ou apoio que lhes permitam, por exemplo, cuidados médicos relativos com a sua situação de saúde e a Dow continua a afirmar que essas compensações nunca terão lugar."
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