sexta-feira, 29 de abril de 2016

Georges Méliès

7 de julho de 2012:abertura da matéria de Daniel Mello para a AGÊNCIA BRASIL sobre a exposição
"Georges Méliès, Mágico do Cinema",no MIS-SP :


 "Uma nave espacial é uma das atrações da exposição Georges Méliès, Mágico do Cinema, aberta nessa semana no Museu da Imagem e do Som (MIS), zona oeste da cidade de São Paulo. 

Dentro da espaçonave é exibido o primeiro filme com imagens do terreno lunar, a obra Viagem à Lua

Na película, lançada em 1902 e a mais conhecida do pioneiro francês, foram utilizados recursos que consagraram o cineasta como inventor dos efeitos especiais para o cinema. 

Os mundos construídos por Méliès, povoados com demônios, fantasmas, fadas e seres interplanetários, são apresentados em mais de 120 peças. 

São  desenhos, fotografias, itens de figurino e filmes reunidos ao longo de 100 anos. Os objetos narram a história de como Méliès começou como ilusionista em um teatro e transportou suas habilidades para as telas de cinema"


vídeo sobre a Mostra
  https://www.youtube.com/watch?v=NC-KsyUFOS0

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Precursor do cinema.

Pai dos efeitos especiais.
Construiu o primeiro estúdio cinematográfico da Europa.
Famoso ilusionista.
Primeiro cineasta a usar desenhos de produção e storyboards para projetar suas cenas. 
Proprietário do Théatre Robert-Houdin em Paris, que tinha pertencido ao famoso ilusionista francês Jean-Eugène Robert-Houdin.   

Casou-se com Eugénie Genin (de 1885 a 1913) e com Jeanne d'Alcy (de 1925 a 1938)
Filhos : André Méliès e Georgette Méliès

Produziu  e dirigiu cerca  de 555 filmes,entre os quais "Viagem à Lua",de 1902, no link abaixo.
  
https://www.youtube.com/watch?v=lZpXc2plLGo 

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Estúdio de Méliès, o primeiro construído na França
Georges Méliès ( Marie Georges Jean Méliès)nasceu no dia 8 de dezembro de 1861, filho do rico industrial no ramo dos calçados de luxo   Jean-Louis-Stanislas Méliès e de  Johannah Catherine Schuering.
Era o  caçula dos 3 irmãos e muito mimado pela mãe.
Os Mélès levavam  uma vida bem parisiense entre festas, passeios, recepções em casa.
Quando criança, Georges passava dias fechado em seu quarto criando caricaturas dos professores, fazendo poemas, pensando em invenções,desenhando paisagens e inventando histórias.

Na adolescência, continuou a se destacar pela habilidade para pintar e desenhar.
Em Londres, para onde foi estudar inglês, teve um encontro que mudaria sua vida:conheceu o célebre ilusionista Maskelyne,  que o impressionou muito, durante espetáculos no Egyptian Hall.

Voltando a Paris,gostaria de estudar Belas Artes,mas se viu obrigado a ajudar o pai na fábrica de calçados..
O contato com as máquinas despertou o interesse pela mecânica.
Depois de várias experiências,descobriu o que seria sua grande paixão: a magia e o ilusionismo.

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Em 1898, inaugura o "Teatro das Ilusões", onde alternava espetáculos de magia e projeção de fotos.
Os  irmãos Lumière o convidaram para a primeira projeção e ele ficou apaixonado pelo cinema.Tentou incluir o cinematógrafo em seus shows,mas os irmãos não permitiram. 
 
Georges comprou,então,um bioscópio de Robert William Paul e o ajustou para que o aparelho pudesse gravar e,depois, projetar,sem imaginar o que estava por vir.
Criou a Star Films,que produziu centenas de películas,usando a técnica do stop motion.

O stop motion
 

 Stop Motion ,técnica usada por Méliès,utiliza recursos de máquina de filmar, de máquina foográfica e e, em nossos dias, de um computador.
Os modelos reais mais comuns são feitos de madeira e massa de modelar.   
No cinema o material utilizado tem de ser mais resistente  porque os modelos precisam durar muito.Para cada segundo de filme, são necessários cerca de 24 quadros
Os modelos são movimentados e fotografados  quadro a quadro,depois  montados em uma película cinematográfica, criando a impressão de movimento. 
  
Enquanto outras produtoras alugavam seus filmes, Méliès vendia os que produzia,filmes com duração de alguns minutos, projetados em feiras,perdendo a possibilidade de ganhar  boa parte do que seus trabalhos valiam.
 Seu primeiro grande filme, o Caso Dreyfus  (1899), é uma reconstrução de 10 minutos refletindo  interesse no realismo político.  
"A viagem à Lua" (1902),  obra-prima de  inovação técnica,  com 16 minutos, teve tal sucesso  que obteve repercussão nos Estados Unidos
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A Primeira Grande Guerra (1914-1918) mudou o gosto do público  
De 1915 a 1923, Méliès-se ,com a ajuda da família, montou muitos shows em um de seus dois estúdios de cinema, transformado para a ocasião em teatro.  
Em 1923, processado por um credor, vendeu seu imóvel `a Pathé,viu ser transformado em cabaré e opereta e deixou Montreuil.
Num momento de desespero queimou todo o estoque,antes de deixar o local.
Em 1925, Méliès ,viúvo há muito tempo, reencontrou uma de suas atrizes principais, Jeanne d'Alcy, que vendia brinquedos e doces numa lojinha da Gare de Montparnasse. 
Eles se casaram e gerenciavam juntos a loja,

Foi ali que em 1929, Léon Druhot, redator-chefe do  Ciné-Journal ( revista de cinema que parou de circular  em 1938)o encontrou e o tirou do esquecimento.  
poster do filme
Num livro de memórias, Claude Autant-Lara,cineasta francês (1891-2000) descreve a vida de Méliès de gênio do cinema a simples vendedor de  bombons. 

Este período inspirou o escritor americano Brian Selznick  a escrever "A invenção de Hugo Cabret"  
Baseado no livro, Martin Scorsese rodou um filme com o mesmo nome (2011).primeiro filme em 3D  do diretor, vencedor do Globo de Ouro de melhor direção e indicado em 11 categorias no Oscar daquele ano. 

Em 1931, Mélies recebeu a Cruz da Legião de Honra da França.

No ano seguinte, mudou-se, em companhia da esposa, para a casa de repouso para aposentados da Mútua do Cinema ( uma espécie de sindicato), que ele havia ajudado a fundar  e que ofereceu a ajuda econômica necessária para que  escrevesse suas memórias. 
 
Pouco antes da morte de Méliès (em 21 de janeiro de 1938,  aos 76 anos,de câncer), Henri Langlois, criador da Cinemateca Francesa recuperou e restaurou parte de seus filmes.  

Desde 1946, o prêmio Méliès  reconhece,anualmente, o melhor filme francês.

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