segunda-feira, 2 de junho de 2025

Homem com H. Ney Matogrosso e Keith Haring


 
Em algumas cenas do imperdivel e maravilhoso filme  Homem com H, bio de Ney Matogrosso, este trabalho de Keith Haring aparece com destaque.
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 "Em 1983, no Festival de Montreux, Keith Haring desenhou um quadro para Ney, durante uma apresentaçao do cantor . 

Haring havia assistido à performance de Ney Matogrosso, que também foi acompanhado por outros artistas brasileiros, como Caetano Veloso e Milton Nascimento. 

O quadro, que era um presente de Haring para Ney, acabou por ser roubado depois do festival, e uma réplica foi feita para o filme "Homem com H", que conta a história de Ney Matogrosso. 
No filme, a réplica é colocada na cabeceira da cama de Ney, em um gesto simbólico que remete ao quadro original "  ( fonte Wikipedia)

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Meu texto  e, no link abaixo, 86 obras de KH


A vida breve do brilhante artista gráfico e ativista
A década 70/80 - junto com as correntes migratórias iniciadas nos anos 60, por conta das lutas políticas e anseio de liberdade, trouxe para o cenário artístico novaiorquino uma lufada de ar tropical vinda do Caribe e de Porto Rico. 

Ritmos como o hip hop, o break, o rap e,nas artes, o graffiti encontraram um solo fértil e carente de novidades. 
Keith Haring,artista gráfico e ativista,estava instalado naquele espaço, participando do que acontecia e-além de tudo- inovando.

Gay assumidíssimo, seu trabalho exibe um conjunto de componentes homoeróticos.
A exposição que marcou os 20 anos da morte do grande artista  esteve no Rio (vinda de São Paulo e,em seguida, foi Minas Gerais) ,inaugurada no dia 28 de setembro de 2010.

O imponente espaço da Caixa Cultural-Rio recebeu   95 obras basicamente focadas nas ligações de Keith com o Brasil,com direito a passaporte exibindo visto do Consulado em Nova York para a visita que nos fez em 1983.

Ele participou da Bienal daquele ano, visitou o Rio e a Bahia.

Engajado em causas sociais,foi uma espécie de embaixador da UNICEF.
Apoiou a luta de Nelson Mandela e,em mais uma de suas atitudes generosas, transformou a tragédia da morte na Keith Haring Foundation, que cuida de crianças vítimas da AIDS.

Vida breve (1958-1990)

Keith Allen Haring nasceu em Reading,Pensilvânia mas cresceu em Kutztown, numa pequena comunidade de colonos holandeses e, logo cedo,mostrou interesse pelas artes.
Primeiro criou tiras de quadrinhos,depois desenhos mais complexos.

Adolescente,conheceu o trabalho de Andy Warhol e ficou impactado com o uso de 
´icones (Marilyn,Jackie Kennedy,etc) e com o revolucionário conceito de massificação da arte.

De 1976 até 1978, estudou design gráfico em escolas especializadas em Pittsburg.

 Esses dois anos foram fundamentais para seu amadurecimento artístico.
Ali ficou amigo de Kenny Scharf e Jean-Michel Basquiat.

Todos os críticos apontam a conexão que ali começou, entre a arte e sua orientação sexual.

Antes de acabar o curso, transferiu-se para Nova York para estar no então centro da arte no mundo e circular `a vontade no seio da comunidade gay 

Influenciado pelos grafittis.inscreveu-se na School of Visual Arts. E começou a ganhar notoriedade ao desenhar com giz as paredes das estações do metrô deNova York

As primeiras exposições, a partir de 1980, foram no Club 57- ponto de encontro da elite vanguardista.
Surgiram as figuras antropomórficas de bebês de quatro patas,silhuetas andróginas,cobras voadoras,cães latindo,aparelhos de tv,corações,homenzinhos se masturbando desenhadas nas cores primárias com halos (raios)emanando delas e executadas com simplicidade e eficácia.

Mais tarde customizou um carro esporte BMW e o corpo escultural de Grace Jones para o clip “I”m not perfect”. 

 Em 1982,Haring trabalhava na galeria de arte de Tony Shafrazi,que lhe ofereceu espaço para uma grande exposição. onde “homenzinhos dançantes” exibiam atitudes do chamado universo pop se justapondo a aitudes sexuais ousadas.

Nos três anos seguintes, apesar desta ousadia,a obra de Haring se reproduziu mundo a fora e foi usada em campanhas humanitárias de ordem política e social,prevenção da Aids e do uso de drogas,contra o apartheid sul-africano e pela UNICEF, por organizações de direitos humanos e em favor da comunidade LGBT.

Na mesma década, participou em diversas bienais e pintou muitos murais, entre outros em 

Sydney,Amsterdan e no Muro de Berlim.
 A legião de seus fans incluía celebridades como Yoko Ono, Dennis Hopper, Andy Warhol e Madonna que ,explicando o trabalho do amigo. disse que “era cheio de inocência e alegria,mas com um brutal julgamento do mundo que o cercava”

A Pop Shop

No auge da popularidade, abriu a POP SHOP, loja no Soho-Nova York,para vender seus trabalhos a preços mais que acessíveis ao público.

Foi acusado pela crítica de estar fazendo liquidação de seu talento. 
Haring respondeu que a verdadeira arte- como a que ele sabia que fazia- é um bem caríssimo que separa os milionários das pessoas comuns e o objetivo da loja era proporcionar produto de qualidade a preços razoáveis.

A POP SHOP continua a ser um sucesso e expandiu suas operações na era da internet. 

Em 1988, na inauguração de uma Pop Shop em Tóquio, afirmou: "Em minha vida fiz muitas coisa, ganhei muito dinheiro e me diverti muito. 
Mas também vivi em Nova Iorque nos anos do ápice da promiscuidade sexual. 
Se eu não pegar AIDS, ninguém mais pegará."

Alguns meses depois ,entrevistado pela Rolling Stone, contou que que tinha o vírus HIV. 
Criou, em seguida, a Keith Haring Foundation,que cuida de crianças vítimas da aids,a partir dos seus direitos autorais.

Em 1989, em Pisa-Itália- executou sua última obra pública - um grande mural ,o Tuttomondo, dedicado à paz universal.

Haring morreu aos 31 anos de idade em Nova York no dia 16 de fevereiro de 1990.
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Em 2008, uma grande exposição nos três andares do Museu de Arte Contemporânea em Lyon-França, com o patrocínio da Fundacão Keith Haring e de sua família, lembrou os 50 anos de seu nascimento 

O curador Thierry Raspail apresentou o material de divulgação da mostra retrospectiva de 95 pinturas,14 esculturas e 104 desenhos com as seguintes palavras:

 “Raramente um artista nos lega uma obra tão energética e abrangente.No final de uma carreira tão rápida (somente dez anos)Keith Haring entrou no panteón dos Mestres tais como Picasso e Andy Warhol,pelo estilo facilmente identificável. O artista norte americano conseguiu seu objetivo, cumpriu a missão que se impós:tornar a Arte acessível a todos”
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a seguir. 70 anos da morte de Carmen Miranda

continua  

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