segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Mafalda, minibio de Quino e a vitória de Javier Milei


 “La casta tiene miedo” (A casta tem medo!) “Viva la libertad, carajo!” »(Viva a liberdade, droga!) foram  slogans da campanha  do economista ultraliberal Javier Milei ,,próximo a govenar a Argentina, depois da vitória de domingo nas eleições presidenciais

 Milei,  político “anti-sistema"que recebeu 55,6% dos votos, contra 44,3% do adversário Sergio Massa,prometeu terapia de choque,abrindo  um período de incerteza para a 3.ª maior economia da América Latina,

.O presidente eleito, de 53 anos, tomará posse no dia 10 de dezembro e prometeu no seu discurso de vitória “o fim da decadência” e a “reconstrução da Argentina”, ao mesmo tempo que alertou que não haverá “meias medidas”.

“Enfrentamos problemas monumentais: inflação , estagnação, ausência de empregos reais, insegurança, pobreza e miséria”.

“Não há espaço para meias-medidas”,cortes “motosserra” nas despesas públicas para uma economia jáe  super endividada, com 40% da população abaixo da média  da linha da pobreza.

Reiterou a  determinação “em pôr ordem nas contas orçamentais e resolver os problemas do Banco Central”, instituição que disse querer  dinamitar.

Pobre Argentina.

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Quino, criador da Mafalda

 

 


Nas páginas da revista semanal argentina Primera Plana que circulou entre 1962 e 1973, a super precoce Mafalda veio ao mundo,já com a idade de seis anos, no dia 29 de setembro de 1964.

Primera Plana



Primera Plana trouxe um novo estilo de jornalismo, com enfoque nos problemas estruturais da Argentina. 
Nos primeiros meses de existência, a Primera Plana já havia atingido uma média de 25.000 exemplares, cumprindo um papel importante no processo de "desestabilização" do governo democrático de Arturo Illia Umberto, que terminou em 1966 com um golpe de Estado do general Juan Carlos Onganía.

Em 1966, vendia uma média semestral de 50.000 exemplares. Em 4 de agosto de 1969,um decreto da ditadura de Onganía proibiu a sua circulação.

Reapareceu em 1970, atraindo leitores das elevadas camadas culturais de alto poder aquisitivo,influenciando o formato e as diretrizes da publicidade argentina da época.

Lá entre o conteúdo das colunas,estava a icônica Mafalda, famosa personagem de história em quadrinhos criada por Quino.

Quino

Joaquin Salvador Lavado Tejón, o Quino,nasceu em Mendoza, Argentina em 17 de julho de 1932, embora- nos registros oficiais- conste 17 de agosto. Logo ao nascer recebeu o apelido QUINO,para ser diferenciado do tio Joaquin Tejón, conhecido pintor e artista gráfico com quem, aos 3 anos de idade,descobriu sua vocação.

Seus pais,imigrantes espanhóis, vieram da Andaluzia.
Em 1939,começou estudos numa escola primária. Ficou órfao de pai e mãe num curto espaço de tempo .

1948-Aos 13 anos,começou um curso de Belas Artes,mas "cansado de desenhar ânforas" abandonou os estudos para se dedicar à única profissão possível:desenhista de humor.

1960 foi o ano do casamento com Alicia Colombo,de origem italiana.

Entre 1950 e 1963, trabalhou em diversas revistas e jornais:de 1950 a 1963, o "Esto es" e "Panorama", em 1954, "Rico Tipo", "Doctor Merengue" e "Tia Vicenta" em 1959.
Desde o lançamento de seu primeiro livro de desenhos, Mundo Quino, em 1963, é considerado um dos melhores entre os artistas plásticos e designers argentinos.
Criada em 1964, Mafalda, a série em quadrinhos , deu-lhe uma reputação internacional.Em 1973, com o sucesso da personagem,Quino deu prioridade ao desenho de humor.

Em 1981, veio o "Prêmio Humor Negro" pela sua coleção"A Mesa".

Em 1998, recebeu do o município de Buenos Aires o título de "Master of Arts", ao mesmo tempo em que a "B'nai B'rith"- organização paralela à maçonaria regular
lhe concedeu seu prêmio anual de "Direitos Humanos"exclusivamente reservada aos cidadãos de origem judaica.

Quino nos deixou em 2020.

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Mafalda

“A Mafalda não é somente um personagenm de quadrinhos; talvez seja o personagem dos anos setenta na sociedade argentina. 
Se, ao defini-la, usou-se o adjetivo “contestatária”, não foi por uma questão de uniformização em relação à moda do anticonformismo a qualquer preço: a Mafalda é realmente uma heroína iracunda que rejeita o mundo assim como ele é"
Humberto Eco.
1962-o nome da personagem foi inspirado pela novela Dar la cara (de David Viñas) para uma peça publicitária que seria publicada no jornal Clarin. Rompido o contrato, a campanha foi cancelada

A partir de 15 de março de 1965, a tira em quadrinhos começou a aparecer diariamente no "O Mundo" de Buenos Aires,permitindo que Quino pudesse opinar sobre as ocorrências com mais detalhes.

As personagens Manolito e Susanita foram criadas nas semanas seguintes e a mãe de Mafalda estava grávida quando o jornal faliu em 22 de dezembro de 1967.
Mafalda promoveu campanhas sobre Direitos Humanos e, em 1976, fez um pôster para ilustrar a Declaração Universal dos Direitos da Criança. da UNICEF.

Personagens

fonte: blog português "Mania de Gibi "

"A adaptação aos desenhos animados aconteceu em 1993, na Espanha, quando foi produzida uma série de 104 episódios de um minuto.
Em Portugal ,a série surgiu em maio de 1970, por intermédio das Publicações Dom Quixote, que até 1975 editaram um total de 18 livros em pequeno formato.
Em 1972, a mesma editora apresentou o primeiro álbum em grande formato, seguindo-se diversos outros títulos (entre o final dos anos 70 e durante os anos 80 ), também em grande formato.

Dado o grande carinho com que os leitores portugueses acolheram a série, a Bertrand Editora apresentou, em 2003, O Mundo de Mafalda, que corresponde a uma nova versão do título anterior e em 
2005- surgiu Viagem com Quino e Mafalda, álbum editado pela Teorema.

Em 2001, a Fnac editou  dois vídeos com mais de 100 episódios (de um minuto cada) de desenhos animados de Mafalda.

Personagens:

MAFALDA - Primeira aparição: 29 de Setembro de 1964.
Sobrenome: Quino nunca o mencionou, mas em uma das tiras, nas quais a sua professora corrige um desenho dela, depois do nome da Mafalda, aparece a letra M.
Idade: 6 anos em 1964; 8 no último livro.

Características: seus comentários e idéias refletem as preocupações sociais e políticas dos anos 60. Filha de uma típica família da classe média argentina, a Mafalda representa o anticonformismo da humanidade, mas com fé na própria geração. 
O que mais odeia: injustiça, a guerra, as armas nucleares, o racismo, as absurdas convenções dos adultos e, obviamente, a sopa,uma avó,para quem mandou um cartão postal depois de umas férias.
As suas paixões são os Beatles, a paz, os direitos humanos e a democracia.


Álbum de família


FELIPE – Primeira aparição: 19 de Janeiro de 1965.

Sobrenome: desconhecido

Idade: 7 anos em 1964. Sempre teve um ano a mais do que a Mafalda.

Características: sonhador, tímido, preguiçoso e desligado; às vezes, romântico. É o oposto da Mafalda.
É um fã das estórias de aventura, em particular daquelas do “Cavaleiro Solitário”.

Odeia a escola e ter que fazer as tarefas para casa. 
Não parece concordar muito com a própria personalidade:“Justo eu tinha que ser como sou?”, se pergunta numa tira.

Álbum de família: seu pai nunca apareceu nas tiras, mas a sua mãe, com a qual se parece fisicamente, sim. 
De todos os personagens é aquele do qual se conhecem menos detalhes. Nem através da fofoqueira Susanita conseguimos descobrir muitas coisas sobra a sua biografia familiar.


MANOLITO
 – Primeira aparição: 29 de Março de 1965.

Sobrenome: Goreiro.
Idade: 6 anos em 1964.

Características: bruto, ambicioso e materialista, mas, no fundo, com um grande coração.
De todos os personagens, ele e a Susanita são os únicos que realmente sabem o que querem da vida. 


No seu caso, uma enorme rede de supermercados. Admirador de Rockefeller, as suas paixões são tão fortes como o seu ódio, como o que tem dos hippies – entre os quais inclui os Beatles – e da Susanita.

Álbum de família: filho de espanhóis. O pai, bruto como o filho, demonstra, às vezes, alguns brutos sinais de carinho.
A família é completada pelo seu irmão, idêntico ao Manolito, que aparece pela primeira e última vez no livro n°1, quando acaba o serviço militar.

A mãe é uma incógnita: só aparece a sua mão segurando um chinelo que ameaça Manolito. Primeira aparição: 6 de Junho de 1965.
Sobrenome: Chirusi e segundo nome: Clotilde.
Idade: 6 anos em 1964.

Características: super fofoqueira, egoísta ao máximo e briguenta por vocação. Tem o seu futuro totalmente planificado: um casamento magnífico, um marido com uma boa condição econômica e muitos, muitos filhos. Essas as suas paixões.

As coisas que odeia são mais numerosas: os pobres dão-lhe nojo, quase tanto quanto o Manolito, e detesta as reflexões da Mafalda. 
Obviamente, não está nem aí com o destino do mundo.

Álbum de família:  Susanita é o retrato vivo da sua mãe. Não tem só os avós, mas também uma bisavó de 83 anos (livro n° 5). Os seus pais, depois dos da Mafalda, são os que mais aparecem nas tiras.

MIGUELITO – Primeira aparição: Verão de 1966.
Sobrenome: Pitti.
Idade: 5 anos em 1964.

Características: sonhador como Felipe, apesar de ser mais egoísta e muito menos tímido. 
A sua inocência é à prova de tudo e vive refletindo sobre questões sem importância. Detesta ter a idade que tem e não ser notado. É o centro do mundo e ninguém consegue convencê-lo do contrário.
Álbum de família: tem um avô fascista que fala maravilhas do Mussolini. O pai nunca aparece, a não ser através da sua voz autoritária em alguns quadrinhos. A mãe, ao contrário, é uma mulher gorda, cuja única preocupação é que o pavimento da casa esteja sempre brilhante.

 
Com certeza de esquerda, talvez por uma questão genética. Intelectual, crítica e perspicaz, Libertad ama a cultura, as reivindicações sociais e as revoluções. As pessoas complicadas a deixam nervosa. Ela, garante, é simples.

Álbum de família: o apartamento em que mora é tão pequeno como ela, mas tem espaço suficiente para um monte de livros e uns posters de Paris. A mãe, muito jovem, é tradutora de francês.

O pai nunca aparece, mas se sabe que é socialista. Eles se casaram quando estudavam e conseguiram se formar com muito esforço.

LIBERTAD – Primeira aparição: 15 de Fevereiro de 1970.
Sobrenome: desconhecido.
Idade: talvez a mesma dos outros, mas com certeza, mais do que parece.
Características: um espécie de Mafalda em miniatura, apesar de ser menos tolerante.

GUILLE – Primeira aparição: 2 de Junho de 1968.
Sobrenome: o mesmo da Mafalda.

Idade: nasceu em 1968.
Características: típico representante da idade da inocência, em que tudo está para ser descoberto. 

Dono de uma ternura marota, é o único personagem que cresce de uma tira para outra. A sua paixão são os rabiscos nas paredes, a chupeta on the rocks e a Brigitte Bardot.

OS PAIS – Primeira aparição: Setembro de 1964.
Sobrenome: desconhecido, assim como o nome do pai. Sabe-se que a mãe se chama Raquel.
Idade: o pai, 35 anos em 1967 e 39 no último livro. A mãe deve ter uns 36 ou 37 anos, porque a Mafalda a desmascara puxando um cabelo branco dela.
Características: um típico casal de classe média. Ambos são passivos, limitados e, até mesmo, levemente falidos.
O pai trabalha num escritório fazendo contas para chegar no fim do mês. A mãe abandonou a universidade para formar uma família, coisa que a Mafalda critica sempre que pode. 

Ele ama as plantas; vive com o dilema do que cozinhar.
 Eles têm duas fraquezas em comum: os filhos e o Nervocalm."

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