quarta-feira, 18 de maio de 2011

Virgínia Woolf- 70 anos da morte


Esplendores e trevas, brilhos e abismos
(1882-1941)
Adeline Virginia Stephen Woolf, escritora, crítica literária, conferencista e editora inglesa, nasceu e cresceu em uma família culta, onde o pai Leslie Stephen, renomado homem de letras era o modelo a ser perseguido.
A mãe, mulher belíssima, um ideal também inatingível.
Criada em ambiente sofisticado, Virginia apresentou desde menina uma personalidade angustiada. A adolescência foi marcada por uma sequência de perdas (mãe e dois irmãos), agravando a doença mental que a acompanhou por toda vida.
Muito afetada com a perda do pai, reagiu de forma inusitada: acelerando seu ritmo criativo.
Autora, entre outras obras-primas, de 'Mrs. Dalloway' e 'Orlando”, sua literatura rompe as regras clássicas, mergulhando fundo nos mistérios da alma.
Contou sempre com o apoio irrestrito do marido, Léonard Woolf, editor de grandes autores da época, como Fiodor Dostoïevski e Freud.
Junto com a irmã sobrevivente – a pintora Vanessa - organizou uma rotina de trabalho constante. Educadas em casa (na biblioteca do pai) por preceptores e professores, as duas irmãs entraram juntas na Universidade de Cambridge.

O Grupo de Bloomsbury
A família mudou-se para Bloomsbury, um bairro londrino que veio a dar nome a um grupo de artistas e intelectuais.
Este movimento começou com o irmão de Virgínia, Thoby, e seus amigos da Universidade e continuou com encontros semanais, nas noites de quinta – feira.
Era uma espécie de tertúlia, onde se discutiam arte, literatura e notícias políticas sobre pacifismo e socialismo. Virginia e Vanessa eram as duas únicas mulheres do Grupo, conhecidas inicialmente como ”as irmãs de Thoby”.
Muitos dos participantes do Grupo eram gays e Virgínia sentia atração amorosa por alguns deles, tendo ficado noiva de Lytton Strachey, compromisso logo rompido.
Em 1912, casou-se com Leonard Woolf, um “judeu iletrado”, também membro do Grupo de Bloomsbury. Esta união é considerada por críticos como “um apoio mútuo sem amor”
Em 1917, o casal aprendeu a usar impressora e fundou a editora Hogarth Press, como tentativa de engajar Virginia num trabalho prático para, de alguma forma, aliviar sua angústia constante.
A Hogarth Press, numa iniciativa pioneira para a época, publicou trabalhos de vários escritores gays e lésbicas. Apesar de recusar diversos prêmios e honras acadêmicas, aceitou alguns prêmios literários importantes como o “Fémina”, de 1938.
A opinião dos criticos da época não era muito favorável a Virginia, acusando-a de ser alienada dos problemas do momento, privilegiando as causas pacifistas, esquerdistas, liberais e feministas, como o direito de voto para as mulheres.
Portadora de psicose maníaco-depressiva, oscilava entre a euforia e a depressão, não tendo um ritmo constante de produção literária.
O sofrimento piorou e, após diversas tentativas, Virginia Wool cometeu suicídio por afogamento no Rio Ouse, em 1941.
Existe um ensaio (em inglês) abordando a bipolaridade vista sob o ângulo da vida e da obra de Virginia Woolf

http://www.associatedcontent.com/article/232596/bipolar_disorder_through_the_eyes_of.html?cat=49
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Bibliografia de Virginia Woolf
Entre os Atos (Ed. Nova Fronteira)
Passeio ao farol (Ed. Ediouro-Tecnoprint)
Noite e Dia (Ed. Nova Fronteira)
Objetos Sólidos (Ed. Siciliano)
As Ondas(Ed. Nova Fronteira
Orlando (Ed. Nova Fronteira)
Um Teto todo seu, (Ed. Nova Fronteira)
Uma Casa Assombrada (Ed. Siciliano)
A Cortina da Tia Ba (Ed. Ática) Mrs. Dalloway (Ed. Nova Fronteira)
Kew Gardens: O Status Intelectual da Mulher (Ed. Paz e Terra)
A Viagem (Ed. Siciliano)
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